Um relatório da Boston Consulting Group (BCG) afirma que as crises econômicas e a pandemia global de covid-19 não abalaram o aumento de riqueza em todo o mundo. O documento aponta que, no ano passado, foram criados mais de US$26 trilhões de nova riqueza privada, chegando a US$530 trilhões. 

O aumento foi impulsionado pela recuperação do mercado de ações e pela demanda por ativos reais como artes, vinhos e imóveis. Mesmo com a guerra na Ucrânia, as expectativas são de que a riqueza privada cresça em 2022. 

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Crescimento pelo mundo 

De acordo com o relatório, somente a América Latina não verá crescimento da riqueza privada até 2026. Esses números são calculados pelo índice chamado de Taxa de Crescimento Anual Composta (CAGR, na sigla em inglês). 

O principal mercado será a Ásia-Pacífico, que tem crescimento previsto de até 8,4% e pode abrigar quase um quarto da riqueza mundial em 2026. Logo atrás vem a região do Oriente Médio e o continente africano, que deve crescer 5,4% nos próximos anos. 

América do Norte e Europa ocidental devem crescer menos nos próximos anos. Na primeira região a riqueza deve crescer 4,7% e, na segunda, menos de 4%. 

De acordo com a Oxfam, 573 novos bilionários surgiram no mundo somente durante a pandemia, que começou em março de 2020. Isso significa que um bilionário surgiu a cada 30 horas. 

Renda de 99% da população caiu

Na outra ponta, a organização apontou que a desigualdade de renda vem contribuindo para a morte de 21 mil pessoas por dia por motivos relacionados à falta de acesso à saúde pública, violência de gênero, fome e crise climática. Mais de 160 milhões de pessoas foram empurradas para a pobreza. 

Somente no Brasil, de acordo com a Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), mais de 33 milhões de brasileiros estão passando fome.

“Os 10 homens mais ricos do mundo têm hoje seis vezes mais riqueza do que os 3,1 bilhões mais pobres do mundo ”, afirma Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil.