Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgados esta semana revelaram que no mês de setembro foram registradas 504 mortes violentas no Estado – o menor índice do ano. O número de mortes decorrentes de ações policiais continuou aumentando, mas caíram as taxas de homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal seguida de morte. Também foi registrada redução de roubos de carga e roubos de rua.

A intervenção federal na segurança, que começou em fevereiro, está prevista para terminar em dezembro. Pesquisadores do setor de segurança, porém, ressaltam que a prioridade dos interventores tem sido o combate a crimes patrimoniais.

O indicador “letalidade violenta” (que reúne homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e mortes decorrentes de intervenção policial) teve queda de 13% em relação a setembro de 2017. Em relação ao mês anterior (agosto, quando foram registrados 552 casos), a queda foi de 9%. Já na comparação do terceiro trimestre (julho, agosto, setembro) com o trimestre anterior (abril, maio e junho), houve diminuição de 7%.

A queda da letalidade violenta ocorreu por causa da redução de homicídios dolosos, que foram 380 em setembro. O número representa queda de 17% em relação a setembro do ano passado e aumento de 6% em relação ao mês anterior (358).

Críticas

Especialistas ouvidos pela reportagem criticam a política de segurança adotada pelo Gabinete de Intervenção. “Comparando os registros de disparos de arma de fogo em relação aos oito meses anteriores e em relação ao mesmo período do ano passado, vemos um aumento significativo, de 41% e 59% respectivamente”, explicou a socióloga Maria Isabel Couto, do Fogo Cruzado, que monitora tiroteios na região metropolitana. “A intervenção não foi capaz de resolver o problema da violência armada, que afeta muito a vida do cidadão e dos próprios agentes de segurança.”

Os crimes contra o patrimônio apresentaram reduções significativas no mês passado. Houve 577 registros de roubos de carga em setembro de 2018, o menor número registrado desde setembro de 2015. No mês anterior haviam ocorrido 673 casos. Em setembro houve 10.251 roubos de rua (soma de roubos a transeunte, roubos de aparelho celular e roubos em ônibus), ante 10.854 em agosto. “Quando olhamos os números, percebemos que, quando há uma prioridade, a segurança funciona; tanto que há essa redução dos crimes patrimoniais”, afirmou o presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Lima. “É uma medida política.”

Na manhã desta quinta-feira, 18, o Gabinete da Intervenção entregou 700 armas aos órgãos de segurança pública: 200 carabinas calibre 12 para a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e 500 fuzis 5.5 para a Polícia Militar (PM). O governador Luiz Fernando Pezão (MDB), que participou do evento, elogiou a intervenção e defendeu sua continuidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.