Qual o perfil da BRZ?
Somos uma gestora especializada em fundos alternativos de dois tipos, fundos de crédito e fundos de investimento em participações. Especificamente, nosso fundo investe no porto de Itapoá, no litoral de Santa Catarina.

O Brasil tem um ambiente econômico, regulatório e jurídico adverso. Faz sentido investir em infraestrutura em um país assim?
Infraestrutura é um termo amplo, por isso vou concentrar minha resposta nos investimentos em portos. Há vários tipos de terminais portuários e cada um tem suas características específicas. Em geral, investir em portos no Brasil é um bom negócio. Em países desenvolvidos, na Europa e nos Estados Unidos, os prazos de investimento são longos e a rentabilidade é estável, mas é baixa. No Brasil, os prazos também são longos, mas a rentabilidade é bem mais alta devido às carências do setor.

Isso continua apesar da pandemia?
Na verdade, a movimentação nos portos cresceu por causa da pandemia. A interrupção nas cadeias internacionais de suprimentos deixou algumas empresas sem insumos, então voltou a fazer sentido manter estoques de matéria-prima para poder trabalhar. Da mesma forma as medidas de restrição social alteraram os hábitos de consumo. Tudo isso causou um aumento na movimentação de contêineres, e elevou o faturamento dos portos.

Isso vale para Itapoá?
Sim. É um porto dedicado a contêineres que levam basicamente produtos industrializados. A movimentação de contêineres no Brasil vem crescendo 6% ao ano entre 2010 e 2020, e essa trajetória independe da inserção maior ou menor da economia brasileira no comércio internacional, e independe também dos momentos de aquecimento ou redução do nível de atividade econômica.

Quais as características do porto?
Itapoá é um porto privado, ou seja, ele está sujeito a licenças regulatórias e ambientais, mas não opera em regime de concessão, ou seja, não tem de contratar funcionários sindicalizados. A BRZ começou a investir nesse terminal em 2007, quando era apenas um terreno. Nós participamos de todo o projeto, da construção e da montagem do sistema operacional.

NOTA

FUNDOS IMOBILIÁRIOS RENDEM BEM EM MARÇO

O cenário em março seguiu positivo para os Fundos de Investimento Imobiliário (FII) negociados na B3. Segundo uma pesquisa da plataforma de controle e de consolidação de investimentos Smartbrain, 123 FII, ou 64,1% dos 192 fundos desse tipo apresentaram rentabilidades positivas no mês. No primeiro trimestre, porém, o desempenho não foi tão positivo. Considerando-se 191 fundos, cerca de 43% ou 83 deles apresentaram um desempenho positivo.

PESSOAS FÍSICAS COMPRAM 95,8% DOS FIAGROS

As emissões de Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro) vêm sendo absorvidas majoritariamente por pessoas físicas. Segundo a Anbima, que representa o setor, o percentual de investidores individuais detentores das ofertas saltou de 88% em 2021 para 95,8% nos três primeiros meses de 2022. No primeiro trimestre, as ofertas somaram R$ 1,88 bilhão, superando o R$ 1,23 bilhão emitido durante todo o ano de 2021.

EFUND E FCJ FAZEM PARCERIA PARA STARTUPS

A Efund Investimentos, plataforma de captação de recursos por meio de crowdfunding, fechou uma parceria com a plataforma FCJ Venture Builder, que atua no mesmo setor, para compartilhar informações sobre as startups em avaliação. A parceria permitirá também o investimento conjunto das duas plataformas em novas empresas cujas estratégias sejam convergentes com as teses dos investidores. A ideia é fortalecer o ecossistema de investimento em startups.

EM ALTA
95% 

Foi o crescimento do crédito para micro e pequenas empresas (MPEs) durante a pandemia, de acordo com levantamento da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). O crescimento do saldo de carteira de empréstimos à Pessoa Jurídica nos últimos anos teve como um dos seus destaques o crédito destinado às MPEs, saindo de 13,2% em 2019 para 19,7% em 2021. Os dados são do estudo “Desempenho do Crédito para as Micro e Pequenas Empresas na Pandemia”.

EM BAIXA
1,5% 

Foi a queda nas vendas do comércio em março na comparação com fevereiro, segundo o Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian. O setor de veículos, motos e peças teve a retração mais expressiva, de 7,8%. O único segmento em que as vendas cresceram foi o de supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas, que, ainda assim, cresceu apenas 0,9%. Para a Serasa, o comércio ainda não conseguiu voltar aos níveis pré-pandemia e deve continuar enfrentando desafios ao longo do ano.