Aviões da coalizão liderada pela Arábia Saudita bombardearam Sana, capital do Iêmen, nesta quinta-feira (16), matando pelo menos seis pessoas, 48 horas após um ataque com drones contra um oleoduto saudita – reivindicado por rebeldes huthis -, mas do qual Riad acusa o regime iraniano.

Os huthis controlam Sana e são combatidos desde 2015 por uma aliança liderada pela Arábia Saudita.

Esta coligação informou na quarta-feira que responderia aos ataques rebeldes que assumissem a responsabilidade de uma sabotagem com drones contra um oleoduto na região de Riad.

“O ataque huthi contra duas estações de bombeamento da Aramco prova que estas milícias são um instrumento que o regime do Irã usa para implementar sua agenda expansionista na região e não para proteger o povo do Iêmen”, afirmou o vice-ministro saudita da Defesa, Khaled bin Salman, em seu Twitter nesta quinta-feira.

Em outro tuíte, Khaled disse que esses “atos terroristas” haviam sido “ordenados pelo regime de Teerã e executados pelos huthis”.

As operações do oleoduto foram retomadas nesta quinta-feira, informou a empresa petroleira Aramco.

– Ataques seletivos –

A anunciada represália da coalizão deixou pelo menos seis mortos e dez feridos em um dos ataques na capital do Iêmen, segundo Mojtar Mohamed, um médico do Hospital Republicano de Sana.

“Começamos a realizar ataques aéreos seletivos contra posições da milícia huthi, inclusive em Sana”, declarou nesta quinta uma fonte oficial da coalizão.

A emissora de televisão Al Masira, controlada pelos huthis, atribuiu os bombardeios aos “aviões do agressor” saudita, destacando que foram 19 ataques, sendo 11 na capital, Sana.

Os bombardeios começaram por volta das 08H00 locais (02H00 de Brasília) quando muitos habitantes ainda estavam dormindo, disse uma testemunha à AFP.

A coalizão árabe não deu detalhes sobre objetivos dos bombardeios.

Na noite da quarta-feira, o ministro de Estado de Assuntos Exteriores dos Emirados, Anwar Gargash, advertiu que a coalizão “responderá com força” a qualquer ataque dos huthis, apoiados por Teerã, contra alvos civis.

– “Sinais alarmantes” –

Há quatro anos, a guerra do Iêmen coloca de lados opostos as forças governamentais apoiadas pela Arábia Saudita e os Emirados e os rebeldes huthis pró-Irã, que controlam vastas regiões no oeste e norte do Iêmen e Sana.

O conflito já deixou dezenas de milhares de mortos, entre eles muitos civis, segundo organizações humanitárias.

Mais de três milhões de pessoas abandonaram suas casas e 24,1 milhões, mais de dois terços da população, necessitam assistência humanitária, informou a ONU.