O pediatra Ricardo Sayon nunca pensou em abandonar a medicina. Até que surgiu a idéia de ocupar um imóvel vazio no bairro dos Jardins, capital paulista. Ele não entendia nada de administração e não tinha a menor idéia do que fazer lá dentro. Foi quando veio o estalo: o pediatra lembrou-se que entendia muito de criança. Assim, de forma quase amadora, surgiu em 1988 a Ri Happy. O empreendimento ganhou forma e obrigou o médico a deixar o consultório. Hoje, ele cuida da maior rede varejista de brinquedos do País, com 64 lojas próprias. Para este ano estão previstas cinco inaugurações: três no Nordeste, uma em Brasilia e outra em Jundiaí (SP). A empresa não revela o faturamento, mas tudo indica que motivo é o que não falta para comemorações. Na festa de 15 anos da rede, nada menos que 2 mil pessoas compareceram a um disputado jantar no clube Monte Líbano, São Paulo. ? Os fornecedores são quase parte da equipe. Participam de todas as decisões?, diz Sayon.

Não foi apenas isso que colocou a Ri Happy na liderança do setor. Para não bater de frente com uma concorrência já consolidada, a rede teve que encontrar um novo estilo de venda. Importou alguns conceitos usados no exterior, transformando as lojas em verdadeiros show rooms dos brinquedos, marca da americana Fao Schwartz. O segundo passo foi apostar no poder dos funcionários, que atuam como consultores. Nas lojas da Ri Happy, é permitido, por exemplo, abrir embalagens para testar produtos. ?Os brinquedos podem até ser um pouco mais caros, mas nossos clientes fazem questão desse tipo de tratamento?, diz Sayon. Não por acaso, a rede do médico é líder absoluta no varejo de brinquedos.