Pela primeira vez desde que os Estados Unidos abandonaram o Acordo de Paris, as principais nações do planeta se reuniram para discutir as mudanças climáticas. Milhares de representantes de governos, ONGs e do setor privado estiveram em Bonn, na Alemanha, para a COP23, conferência climática organizada pela ONU. O evento foi presidido pelas Ilhas Fiji, que corre sérios riscos de desaparecer como resultado da elevação dos oceanos. O cenário apresentado não é positivo. A meta estabelecida em Paris, há dois anos, era de limitar o aquecimento global em até 2°C. No estado atual de emissões, porém, as temperaturas devem aumentar em 3°C, até o fim deste século.

Um relatório apresentado pela Universidade de Washington (EUA) aponta que a chance de se alcançar a meta do acordo parisiense é de apenas 5%. A boa notícia é que o setor privado pode, sem ajuda de governos, trabalhar para atingir ou até melhorar a meta dos 2°C. Isso graças a avanços tecnológicos que, segundo estimativas da ONU, podem garantir a redução necessária nas emissões pelo módico valor de investimento de US$ 100 por tonelada de carbono. Em relação à postura americana, a COP23 mostrou que, definitivamente, trata-se de um posicionamento isolado. Isso porque a Síria, finalmente, assinou o acordo, elevando o número de nações signatárias para 197 e deixando a Terra do Tio Sam como a única a rejeitar o documento.

(Nota publicada na Edição 1044 da Revista Dinheiro)