O Conselho de Segurança das Nações Unidas se reuniu nesta terça-feira para discutir a escalada da violência na Faixa de Gaza entre palestinos e as forças de Israel, sem obter um acordo para superar a crise, informaram fontes diplomáticas.

A reunião foi solicitada pelo Kuwait, que representa os países árabes no Conselho, e pela Bolívia, após a pior escalada das hostilidades desde a guerra de 2014 entre Hamas e Israel.

O embaixador palestino na ONU, Riyad Mansur, se dirigiu aos jornalistas após cerca de 50 minutos de reunião e informou que o Conselho estava “paralisado” e havia “falhado em assumir sua responsabilidade” para agir pelo fim da violência.

Não houve uma declaração do Conselho sobre a crise, uma medida que necessita do consenso dos 15 membros do organismo.

O embaixador do Kuwait, Mansur al Otaibi, afirmou que a maioria dos membros do Conselho avalia que a ONU “deveria fazer algo” e alguns sugeriram realizar uma visita à região, mas não foi adotada qualquer medida concreta.

Grupos palestinos, incluindo o movimento islâmico Hamas, anunciaram antes da reunião um cessar-fogo com Israel.

Estes grupos disseram que acatarão a trégua sempre e quando Israel fizer o mesmo.

O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, declarou que “não aceitaremos um chamado para que ambas as partes exerçam moderação”.

“Há um lado que ataca e dispara 400 foguetes contra civis, e há outro lado que protege seus cidadãos”, assinalou Danon.

Em menos de 24 horas, ao menos sete palestinos morreram em ataques israelenses, que responderam ao lançamento de centenas de foguetes de Gaza, que deixaram um morto e dezenas de feridos em território israelense.

O Exército israelense contabilizou 460 disparos de foguetes desde a tarde de segunda-feira. Como resposta, indicou ter atacado cerca de 160 posições militares do movimento islamita Hamas e de seu aliado, a Jihad Islâmica.

A escalada começou no domingo com uma infiltração das forças especiais israelenses, uma operação que terminou com a morte de um tenente-coronel israelense e de sete palestinos, entre eles um comandante do braço armado do Hamas e vários membros das brigadas Al-Qassam.

Em represália, as brigadas Al-Qassam feriram gravemente um soldado em um ataque com um míssil, o que deflagrou a resposta israelense.