O público estimado é de 1,5 milhão de brasileiros. Estão concentrados nas capitais da região Sudeste do País. As idades variam de 20 a 55 anos. A maioria (59%) é casada e tem dois filhos. Cerca de 30% curtem as férias no exterior pelo menos uma vez por ano. Em geral, possuem um patrimônio superior a R$ 50 mil. Parte das suas economias fica no mercado financeiro ? em no mínimo duas aplicações distintas. Eles preocupam-se em manter o padrão de vida no futuro e bancar a educação dos herdeiros. Você identifica-se com esse seleto grupo? Se respondeu sim, saiba que faz parte da conclusão da pesquisa PIB ? Perfil dos Investidores Brasileiros, trabalho inédito da empresa paulista de informações mercadológicas Mass (Marketing Antenas e Sensores). Porém, as coincidências dos resultados acabam nesses itens. ?O estilo dos investidores é muito mais diversificado do que a classificação convencional que é limitada em três categorias: conservador, moderado e agressivo?, diz Patrícia Marra, vice-presidente da Mass.

No maior grupo, que é o dos aplicadores rotulados como conservadores, você encontra as mais diversas formas e características de lidar com as economias. Entre os 61% que optam pela tradicional caderneta de poupança ou pelos fundos de renda fixa (com baixo risco) há grandes diferenças entre o estilo das mulheres e dos homens. Eles, por exemplo, querem ganhos rápidos e facilidade em transformar o ativo financeiro em moeda no curto prazo. Elas trocam a chance de aumentar os lucros pela certeza de não perderem nem um centavo do patrimônio aplicado. Além disso, as investidoras não se incomodam em deixar o dinheiro intocável durante anos. Em comum, resta a localização. A maioria dos recursos (21% da poupança e 41% dos fundos) está no Estado de São Paulo.

Informação. Em seguida, a pesquisa aponta a moeda americana como a preferida pelos investidores (49%). Mas entre eles a diferença no comportamento também é relevante. A metade desses investidores opta pelo dólar apenas para aumentar as chances de ganhos em determinados momentos da economia. Os 50% restantes têm um motivo incontestável pela escolha do câmbio: precisam pagar contas estrangeiras ou planejam viagens e estudos fora do País. ?Nem sempre o investidor é agressivo ou de alto risco?, explica Marra. A sua avaliação é confirmada no próximo item da pesquisa. Depois do dólar, 50% apontam, surpreendentemente, como segunda alternativa a conservadora poupança. O restante cita o instável mercado de ações.

O mais homogêneo é o time que prefere os imóveis (49%), mas há distorções. A grande maioria (60%) está em busca de proteção do dinheiro contra as instabilidade do mercado financeiro. Também existem aqueles que não se aventuram mais vezes pelas aplicações simplesmente pela falta de informação. Nesse universo, os investidores com idades entre 20 e 34 anos têm dificuldades para lidar com os complicados termos usados pelas instituições, como derivativos de juros e provisão de opção. E não são poucos, 90% responderam que não entendem os extratos enviados pelos bancos, pouco menos os comunicados oficiais publicados em jornais.

A dificuldade de acompanhar o desempenho das aplicações não é problema apenas dos mais jovens e conservadores. A pesquisa mostra que 70% dos investidores de 35 e 49 anos acham difícil obter informações precisas e diretas dos gestores e administradores de fundos. O porcentual cai para 50% entre os mais experientes. ?Os bancos não conhecem as dificuldades dos clientes para responder adequadamente as suas dúvidas?, afirma Marra.

Essa falha no atendimento é um dos motivos para muita gente (30%) desistir da aplicação. No entanto, o Perfil do Investidor Brasileiro apresenta ainda outras causas. Para 26% dos entrevistados, a principal razão do resgate de um fundo é a baixa rentabilidade. Mas a maioria (54%) transfere o patrimônio para outro tipo de investimento com carteira similar e menor risco. Vale tentar de tudo para driblar o prejuízo.