A retomada da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China com o anuncio do presidente Donald Trump em taxar US$ 300 bilhões em produtos chineses volta a ameaçar o futuro da Huawei no cenário internacional. Desde maio a companhia está em uma lista restrições para fazer negócios com empresas norte-americanas, porém, o avanço das negociações de trégua entre Pequim e Washington indicava um possível recuo por parte dos EUA.

A Huawei está proibida de vender tecnologia e software para companhias dos EUA, salvo as que possuem uma autorização especial do governo. A medida afastou parceiros importantes, como a Google e a Microsoft. Em junho, Trump anunciou a flexibilização de algumas restrições, o que apontava para uma normalização da situação da Huawei.

“Essa escalada aumenta o risco de que Trump renuncie às suas promessas de salvar a Huawei”, escreveram analistas do Eurasia Group. “E Trump se afastar das promessas de emitir licenças para os fornecedores da Huawei nos EUA, aumentam as chances de negociações fracassarem e a imposição de novas tarifas.”

O governo de Donald Trump acusa a Huawei de espionar para Pequim, o que é negado pelos executivos. Além de evitar a entrada da empresa em seu território, os EUA fazem pressão para que aliados restrinjam as operações da chinesa. Os diretores da Huawei afirmaram que as restrições podem causar prejuízo de até US$ 30 bilhões em curto prazo.

A Huawei anunciou aumento de 23% nos lucros durante o primeiro semestre, mas prevê dificuldades para os próximos meses. Segundo a empresa, as vendas fora da China caíram 40% desde a imposição dos EUA. Caso as restrições não sejam flexibilizadas, afirmaram os executivos, pode haver uma desconfiança geral de consumidores em todo o mundo sobre os produtos da marca e criar incertezas para as operadoras de telefonia móvel que vendem os seus aparelhos.