A Vale anunciou, na quinta-feira (24), lucro líquido recorde de R$ 121,2 bilhões em 2021, alta de 354% na comparação anual. Trata-se do maior ganho já registrado por uma companhia brasileira de capital aberto, segundo a empresa de informações financeiras Economatica. A mineradora superou o lucro de R$ 106,6 bilhões da Petrobras, anunciado no dia anterior. O aumento dos preços do minério de ferro no mercado internacional, após a retomada da economia, impulsionou os ganhos da companhia. A maior procura global elevou a produção da Vale para 315,6 mil toneladas, alta de 5,1% ante 2020. Diante dos resultados, a mineradora aprovou distribuição de R$ 18,5 bilhões em dividendos aos acionistas, o equivalente a R$ 3,7018 por ação. O pagamento está marcado para 16 de março. O efeito das boas vendas só não foi maior por causa do aumento das despesas relacionadas ao rompimento da barragem de Brumadinho (MG). Mesmo assim, a geração de caixa medida pelo Ebitda totalizou R$ 168,1 bilhões, alta de 82,2% na comparação com 2020. Após a divulgação dos resultados, as ações da Vale subiram 1,68% no pregão de 25 de fevereiro.

QUEM VEM LÁ 
Alpargatas capta R$ 2,5 bilhões

A Alpargatas levantou R$ 2,5 bilhões em uma oferta subsequente (follow-on) de ações. Foi uma captação primária, com a emissão de 37,5 milhões de ações ordinárias e de 57,5 milhões de ações preferenciais. A operação teve coordenação do Itaú BBA, com Bank of America, JP Morgan, Bradesco e Citi. Os recursos destinam-se a financiar a aquisição da americana Rothy’s Inc, que produz roupas e calçados com base em produtos reciclados. Além de comprar, a dona das marcas Havaianas, Topper, Rainha e Timberland também vendeu. Ela foi autorizada pelo Cade a negociar sua participação na Osklen para a Dass Nordeste Calçados e Artigos Esportivos por R$ 400 milhões.

SANEAMENTO
Água mais salgada eleva lucro da Sanepar

A Sanepar lucrou R$ 1,18 bilhão em 2021, alta de 18,2% na comparação com 2020. A receita da empresa de saneamento paranaense subiu 8,4% para R$ 5,2 bilhões e a geração de caixa medida pelo Ebitda aumentou 17,6%, chegando a R$ 2,27 bilhões. No quarto trimestre, o lucro líquido foi de R$ 322 milhões, alta de 14% em relação a igual período de 2020. Segundo a empresa, a melhora nos resultados é consequência da gestão melhor dos custos e da revisão tarifária. O aumento nas contas elevou a inadimplência, que subiu de 2,8% em 2020 para 3,3% no ano passado.

FARMACÊUTICA
Aquisições, a fórmula do ganho da Hypera

A Hypera lucrou R$ 1,3 bilhão em 2021, aumento de 3% se comparado ao ano anterior. A receita anual da companhia farmacêutica chegou a R$ 5,94 bilhões, avanço de 45% sobre 2020. As aquisições feitas pela empresa no último ano tiveram forte impacto sobre os resultados, com a inclusão de parte do portfólio da concorrente Takeda e da família Buscopan. A captura de sinergias operacionais com a integração dos produtos da Takeda permitiu reduzir em 4 pontos percentuais a relação entre as despesas de marketing e as receitas. No quarto trimestre, o lucro líquido da Hypera foi de R$ 353 milhões, alta de 12% se comparado com igual período do ano anterior.

DESTAQUE NO PREGÃO
CCR reverte prejuízo no trimestre

Divulgação

A CCR decepcionou um pouco os mercados com a divulgação de resultados operacionais abaixo das expectativas, apesar de o desempenho financeiro ficar marginalmente acima do esperado. Um dos maiores grupos de infraestrutura do País, controlador de de 3,7 mil quilômetros de rodovias e várias concessões de mobilidade urbana e aeroportos, registrou lucro de R$ 182,6 milhões no quarto trimestre de 2021, ante prejuízo de R$ 12,3 milhões na comparação com igual período do ano anterior. Porém, o valor foi 0,7% abaixo do obtido no terceiro trimestre de 2021. No ano, o lucro atribuído aos controladores da CCR chegou a R$ 695,6 milhões, um salto em relação aos R$ 191 milhões registrados no ano anterior, bastante impactado pela pandemia. A geração de caixa medida pelo Ebitda teve alta de 46,6%, para R$ 6,69 bilhões. A receita do grupo subiu 23,8% para R$ 12,24 bilhões.