Como você avalia o uso do big data pelas empresas?
As marcas já viram o poder do big data, mas os consumidores ainda não. Quando isso acontecer, teremos uma sociedade que vai querer usar essas informações para melhorar suas vidas. Ao mesmo tempo, a mobilidade é algo que evoluiu e que não tem mais volta. Quando se junta esses dois elementos, cria-se uma indústria que pode melhorar bastante a qualidade de vida das pessoas.

Como convencer o usuário a ceder esses dados?
Hoje, a indústria fala muito sobre privacidade e transparência. São pontos imprescindíveis, é claro. Porém, o pilar mais importante desse mercado é a reciprocidade. Existe uma euforia muito grande das empresas para capturar dados de usuários, mas elas não oferecem nada em troca para o consumidor. E, quando isso acontece, existe uma chance maior de que o usuário não ceda essas informações.

Nos últimos anos, houve uma mudança na forma como as empresas trabalham com essas informações?
As marcas estão percebendo que é importante analisar também os dados comportamentais, e não apenas as informações sóciodemográficas. O mundo é pautado pelo comportamento. Basta ver, por exemplo, a Yellow (startup de compartilhamento de bicicletas). Anos atrás era comum pensar que as bicicletas eram usadas apenas por pessoas que não tinham carros. As bicicletas da Yellow, no entanto, estão concentradas em bairros nobres de São Paulo e o público-alvo da companhia são os empresários que querem levar uma vida mais saudável. Isso é um dado comportamental.

(Nota publicada na Edição 1090 da Revista Dinheiro)