A Hughes oferece planos de internet fixa por satélite com limite na franquia de dados. Quando o usuário atinge o limite, a velocidade da conexão é reduzida. Por que o serviço não é ilimitado?
Entendemos que para prestar esse serviço, usamos um bem muito escasso. É preciso evitar que usuários que consomem uma grande quantidade de dados não prejudiquem a navegação dos outros. É preciso que exista um tipo de organização para que todos os assinantes possam usar o serviço.

Uma das principais críticas dos internautas brasileiros é de que as franquias oferecidas pelas operadoras são muito baixas. O senhor concorda?
No caso da Hughes, as franquias são muito parecidas com as oferecidas no exterior. É preciso lembrar que o nosso serviço leva internet para locais onde o usuário não tem outra opção. Isso tem um efeito colateral. Náo é possível oferecer uma franquia do mesmo nível que poderíamos ofertar em São Paulo, no Rio de Janeiro e em outras grandes cidades.

Faltam mais investimentos do poder público para melhorar a qualidade da conexão à internet no Brasil?
Eu acredito que o poder público poderia parar de atrapalhar as empresas. Isso já faria com que eu ficasse satisfeito. São muitos impostos cobrados sobre um serviço crítico. Na minha opinião, o Estado não é um investidor, mas um facilitador para que os investimentos privados possam ajudar as empresas.

(Nota publicada na Edição 1070 da Revista Dinheiro)