Como o senhor avalia a evolução da tecnologia de meios de pagamentos digitais no Brasil?
O Brasil está atrasado em relação a outros países, principalmente à China. Talvez por conta da crise econômica. Por enquanto, o que temos por aqui são cartões de crédito digitalizados em carteiras online para pagamentos presenciais ou a distância. Até agora, a única vítima desta revolução foi o plástico.

Grandes empresas do Vale do Silício já investem neste mercado. O que as startups devem fazer para competir contra essas gigantes?
É preciso inovar, resolver um problema que ainda não tenha sido resolvido. O ideal é se aliar a um varejista ou a alguma empresa que já tenha controle de uma grande cadeia de valor. Brigar com companhias já estabelecidas é muito difícil. É preciso dar um uso criativo para as novas tecnologias e, assim, engajar novos consumidores.

Qual a grande tendência do setor para 2018?
Será um ano em que poderemos ver varejistas criando seus próprios sistemas de pagamento e contas digitais. A ideia é que eles consigam obter ganhos financeiros e, principalmente, levar ao mundo físico as melhores práticas do universo digital. Já é algo que está acontecendo no exterior. Na China, Alibaba e Tencent estão em uma enorme disputa pelos varejistas do país. As gigantes já estão apostando no pagamento móvel como o futuro do comércio.

(Nota publicada na Edição 1060 da Revista Dinheiro)