Mateus Azevedo, sócio da blueLab, empresa brasileira especializada em sistemas de atendimento automático

Ainda há espaço para os bots em 2018?
Sem dúvida. É uma tecnologia que até agora só foi implementada em pouquíssimas empresas no Brasil. Se olharmos o ciclo de vida do produto, 2018 vai ser o ano no qual os bots entram em um patamar de crescimento. Para o futuro, uma previsão da consultoria Gartner estima que, em 2021, as empresas gastarão mais no desenvolvimento desses robôs virtuais do que em investimentos em aplicativos tradicionais.

Como o mercado brasileiro está se adaptando à chegada dos bots?
A realidade é que ainda não estamos no mesmo patamar dos países europeus e dos Estados Unidos. A cultura do autosserviço é muito mais forte por lá, certamente pelo elevado custo da mão de obra. Isso resulta em um usuário mais acostumado com a automação. O idioma e a dimensão do Brasil, bem como seus regionalismos, também dificultam o desenvolvimento de bots assertivos.

Quais os maiores erros cometidos por empresas que desejam utilizar esta tecnologia em seus processos?
O primeiro é o desconhecimento do próprio negócio. O segundo se baseia nas escolhas relacionadas às plataformas que serão administradas pelos bots, nos próprios robôs virtuais que serão usados e no conteúdo que será gerenciado. Por fim, o erro mais grave está em desviar a atenção do que realmente importa. É como entrar em uma sorveteria e fazer perguntas sobre o freezer e não sobre o sorvete. O consumidor acaba se apegando às marcas e se esquece do resultado que deseja obter.

(Nota publicada na Edição 1055 da Revista Dinheiro)