A saúde pública está em frangalhos. Problemas de infraestrutura, condições precárias de higiene e a falta de equipamentos básicos, como desfibriladores, em setores de urgência são a tônica em boa parte dos 4.664 postos de saúde fiscalizados pelos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) entre janeiro de 2014 e dezembro de 2017. Num estudo divulgado em agosto, pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), nota-se ainda a falta de itens como termômetros em 10% dos estabelecimentos, estetoscópios (17%), toalhas de papel (23%) e até pias (9%). Do total de unidades visitadas, 24% apresentaram mais de 50 itens que não atendem o estabelecido pelas normas sanitárias. Nem o atendimento de emergência escapa. Dos quase 5 mil postos visitados, 1.160 não possuem máscara laríngea, 1.092 não têm desfibrilador com monitor, 1.004 não possuem oxímetro e 884 não possuem sondas para aspiração. Os resultados explicam a complexa crise do setor, que agoniza com a falta de investimento e não atende os pacientes de forma digna.

(Nota publicada na Edição 1086 da Revista Dinheiro)