Empresas de todos os portes, cada uma a seu modo, definem estratégias para se proteger dos impactos do coronavírus nos negócios pelos próximos dois ou três meses. No caso da Ouro Verde, uma das maiores gestoras de frotas de veículos do País, com faturamento de R$ 850 milhões no ano passado, o plano é fortalecer seus negócios em atividades relacionadas ao agronegócio, especialmente voltado a combustíveis e alimentos. “Até agora, o setor agroindustrial não parou nenhuma fábrica. Haverá impacto, evidentemente, mas as usinas de produção de etanol e açúcar, por exemplo, estão a todo vapor”, afirma Cláudio Zattar, CEO da Ouro Verde e ex-executivo de empresas como Localiza e Auto Sueco. Atualmente, 45% da receita da companhia vem do campo, e 35% do segmento de telecom, que também tem sido preservado por se classificar como serviço essencial. A carteira de clientes passa de 450 empresas. “A vocação agrícola do Brasil vai amortecer o impacto da crise na economia no interior e ajudar o País na recuperação quando a pandemia estiver mais controlada. O agronegócio será um diferencial competitivo”, diz Zattar. Apesar de ainda não ter sido diretamente afetada, a Ouro Verde adotou suas ações de prevenção. Dos 440 funcionários da sede em Curitiba, apenas 30 estão batendo ponto. Entre os cerca de 1,1 mil motoristas e empregados de atividades externas há monitoramento diário da temperatura e avaliação de sintomas relacionados à Covid-19. “Estamos confiantes de que a paralisação da economia logo vai passar, mas precisamos estar diariamente atentos a qualquer sinal de perigo.” Há sete meses, a empresa foi adquirida por R$ 500 milhões pela canadense Brookfield, uma das maiores gestoras de ativos do mundo. O grupo sediado em Toronto investiu R$ 27 bilhões no Brasil nos últimos cinco anos. Globalmente, possui mais de US$ 500 bilhões em ativos.

(Nota publicada na edição 1164 da Revista Dinheiro)