O jornal The New York Times traz nesta segunda-feira, 27, em sua edição impressa, artigo sobre o aumento da violência no Rio de Janeiro, no qual aponta que há perto de cinco mortes por dia no Estado. O número, se for mantido até dezembro, deve superar em 2019 os 1.538 óbitos registrados em tais circunstâncias em 2018. A publicação aponta que boa parte da escalada da violência é provocada por atos suspeitos de policiais.

A reportagem destaca que 558 pessoas morreram no Rio nos primeiros quatro meses deste ano, o maior número desde que autoridades do Estado começaram a levantar estatísticas sobre o tema há duas décadas.

Segundo o The New York Times, a recente alta do número de mortes ocorre anos depois que os governos federal e estadual adotaram medidas que reduziram a violência policial. Mas o artigo ressalta que com a crise política e econômica no País, recursos para a segurança pública foram reduzidos. “Gangues de criminosos reclamam perda de território no Rio e a violência pelo Brasil explodiu: mais de 51.500 pessoas foram mortas no ano passado.”

Segundo o jornal norte-americano, o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), aponta que caiu o total de homicídios no Estado. O NYT ressalta, porém, que após ser eleito, Witzel afirmou que policiais devem ter autorização para atirar em qualquer criminoso que carrega um rifle. “Em março, o senhor Witzel anunciou que atiradores destacados pelo Estado estavam reduzindo suspeitos armados que ‘tiveram que ser neutralizados letalmente.'”

Por outro lado, a reportagem destaca que legisladores e ativistas de comunidades no Rio que foram vitimas de ações policiais violentas dizem que os oficiais provocam mortes sem a autorização judicial.

“Execuções sumárias ocorrem em favelas e em outras áreas da periferia”, destacou Renata Souza ao jornal, deputada estadual que solicitou às Nações Unidas e à Organização dos Estados Americanos investigações sobre tais casos. “É uma polícia estadual bárbara que provoca genocídios.”