Há momentos na História em que o novo impõe sua força e move pessoas, empresas e países. Quiçá até planetas, sugere o lançamento do superfoguete do empresário Elon Musk, que levou um carro ao espaço na semana passada. Além de revolucionar a ordem das coisas nos setores automotivo e espacial, entre outros, a ambição ilimitada de Musk pode levar a primeira colônia humana a se estabelecer em Marte, num futuro não tão distante assim. O planeta vermelho não precisa de nós, mas o escritor israelense Yuval Noah Harari tem razão: o espírito predador do homo sapiens não tem limites e deixou a Terra pequena demais para nossa espécie. É preciso romper as fronteiras do pensamento, dos negócios e do mundo, inovar e seguir adiante. Ou não seríamos humanos.

Se a inovação e a implementação comercial bem sucedida de produtos e serviços disruptivos são a mola propulsora da invasão de territórios desconhecidos, a manutenção de um espírito permanente de renovação é o segredo do sucesso dos líderes que não têm medo de errar, fazem uma boa gestão de riscos e seguem adiante, reinventando seus negócios e a maneira de se relacionar com os clientes. O desafio é fazer isso sem perder o que há de bom, mantendo a boa cultura da empresa e a geração de caixa e de lucro para sustentar os novos investimentos.

Isso vale para empresas como a Tesla, de Elon Musk, e o Bradesco, que rejuvenesceu o comando e enfrenta a concorrência de novos competidores altamente tecnológicos e digitais – tema da reportagem de capa desta edição. E também vale para o Brasil. Como renovar um país de forma segura, sem correr o risco de mergulhar num atoleiro político e econômico nas mãos de aventureiros inconsequentes? Como deixar no passado líderes históricos que afundaram na lama, vivem em outro mundo e não servem mais ao bem comum? Para o País atender aos novos anseios da população por uma sociedade mais justa e equilibrada, precisará deixar para trás velhos costumes, que incluem a corrupção em todas as esferas sociais e mania de quebrar os cofres públicos e deixar a conta para as próximas gerações.

Nos últimos 20 anos, esta revista inovadora – a DINHEIRO foi a primeira semanal de economia no País e hoje entrega um conteúdo diferenciado aos seus leitores em todas as plataformas digitais e redes sociais, inclusive em formato de vídeos – retratou todas as mudanças importantes na economia, nos negócios, nos investimentos e na tecnologia no Brasil e no mundo. Tive o privilégio de participar da fundação da DINHEIRO, em 1997, e de atuar como diretor de redação nos últimos sete anos. Foram anos incríveis e inesquecíveis, mas é hora de renovação. Passo o bastão para o supercompetente redator-chefe, Carlos Sambrana, e sigo adiante em minha corrida no universo da comunicação. A DINHEIRO é um foguete em ascensão e continuará a surpreender os leitores nos mundos real e virtual. Missão cumprida!

(Nota publicada na Edição 1056 da Revista Dinheiro)