Por Gilles Guillaume e Piotr Lipinski e Norihiko Shirouzu e Nick Carey

PARIS (Reuters) – A Renault estuda a criação de divisões separadas para veículos elétricos e a combustão, uma ideia que outras montadoras estabelecidas resistiram a colocar em prática pelo temor de que pudesse afetar a capacidade de usar os lucros de negócios tradicionais para o financiamento de operações menos poluentes.

A montadora francesa registrou lucro anual pela primeira vez em três anos e, em uma apresentação a investidores, descreveu “estudos estratégicos” que incluíam a criação de uma unidade elétrica independente. A operação poderia ter “foco na França” e ser aberta a “múltiplas parcerias”.

Já uma unidade separada para motores à combustão e veículos híbridos poderia ser focada em operações fora da França e fazer o mesmo (com relação às parcerias).

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A Espanha é o principal hub da Renault para a produção de ‘powertrain’ híbrido. A empresa adquire motores a combustão da Romênia, Turquia e Coreia do Sul.

A crescente preferência entre os gestores de investimentos por empresas focadas em tecnologia de baixo carbono ajudou a Tesla a se tornar a montadora de maior valor de mercado do mundo e levou alguns investidores e analistas a instar outras montadoras a considerarem separar seus negócios de motores a combustão e elétricos. No entanto, empresas como a General Motors resistiram a esses apelos, argumentando que os lucros dos veículos a gasolina e diesel financiarão a transição para os elétricos.

A Renault publicou um lucro líquido de 888 milhões de euros (1 bilhão de dólares) em 2021, maior do que o esperado, e uma margem operacional de 3,6%.

((Reportagem de Gilles Guillaume e Piotr Lipinski; reportagem adicional de Norihiko Shirouzu, em Pequim, e Nick Carey, em Londres))