16/02/2022 - 12:41
Mais de um quarto dos rios de todo o mundo estão poluídos por produtos farmacêuticos como paracetamol, nicotina, cafeína, hormônios, antibióticos e outros fármacos. A contaminação das águas representa uma ameaça ambiental e global, segundo uma pesquisa da Universidade de York, no Reino Unido.
O estudou analisou 258 rios em mais de 100 países para avaliar o impacto da indústria farmacêutica no meio ambiente por meio de um projeto de monitoramento global, feito em parcerias com cientistas de todo o mundo. Entre os mais poluídos estão rios do Paquistão, Bolívia e países da África sub-Saariana, como a Etiópia. O rio Amazonas e de países nórdicos como Islândia e Noruega tiveram boa avaliação.
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Países de baixa renda e locais sem tratamento de esgoto, com má gestão de águas e onde há fabricação de medicamentos estão entre os mais poluídos.
Os fármacos mais encontrados foram a carbamazepina, utilizada contra epilepsia, e metformina, usada no tratamento de diabetes. A concentração atingiu “níveis potencialmente tóxicos” às populações e vida marinha. Medicamentos com hormônios, por exemplo, induzem uma mudança de sexo entre os animais marinhos.
“A exposição ambiental a ingredientes farmacêuticos ativos prejudica os ecossistemas e, potencialmente, saúde humana por meios de mecanismos como a resistência antimicrobiana”, explica John Wilkinson, coordenador do estudo.
Veja as conclusões:
– Poluição farmacêutica contamina a água em todos os continentes;
– Forte ligação entre status socioeconômico de um país com a poluição;
– Poluição está ligada a regiões com populações com média de idade maior, assim como taxas de desemprego e pobreza;
– Os países mais poluídos do mundo são os menos pesquisados, sobretudo na África sub-Saariana, América do Sul e sul da Ásia;
– Atividades associadas à poluição incluem despejo de lixo em rios, falta de saneamento básico e fabricação de produtos farmacêuticos.
