Um levantamento realizado pelo Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo apontou que 98,5% dos farmacêuticos do estado apontam falta de medicamentos nas redes privada e pública de farmácias. 

Foram consultados 1.152 farmacêuticos em todo o estado entre os dias 19 e 30 maio. 93% dos profissionais disseram que estavam sofrendo com falta de antibióticos; 76% indicaram falta de remédios para problemas respiratórios, principalmente expectorantes; 68% apontaram a falta de remédios antialérgicos e 60% disseram que faltam analgésicos, como ibuprofeno, paracetamol e dipirona.

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Segundo o CRF-SP, a maior parte dos medicamentos em falta é integrada por formulações líquidas, o que afeta em especial as crianças, que têm mais facilidade de ingerir os medicamentos dessa forma.

A entidade também reforçou que falhas logísticas que afetam diversas cadeias industriais em razão da pandemia de covid-19, a guerra na Ucrânia e as fortes restrições de circulação para conter os surtos de coronavírus na China também prejudicam o abastecimento de remédios.

Falta de IFA

A principal matéria-prima de qualquer remédio é o chamado Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) e a indústria farmacêutica sofre com a escassez desse produto, já que 95% do que chega ao Brasil é importado e 68% vem da China. 

O presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi) Norberto Prestes reforçou que o aumento da demanda por esse produto por China e Índia também atrapalha a cadeia produtiva brasileira.