Um estudo liderado e coordenado pela Academic Research Organization (ARO) do hospital Albert Einstein, em parceria com a Pfizer e denominado “Stop-Covid”, revelou que o tofacitinibe (Xeljanz), indicado para artrite reumatoide, apresentou resultado positivo no tratamento dos efeitos da Covid. O medicamento seria capaz de reduzir em 37% o risco de morte ou piora dos quadros de insuficiência respiratória provocados pela infecção pulmonar derivada da Covid-19.

De acordo com o Einstein, o objetivo do estudo foi testar a eficácia e a segurança do produto quando usado em pacientes adultos hospitalizados com pneumonia causada pela Covid-19 que não necessitavam de suporte ventilatório invasivo.

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O tofacitinibe faz parte da categoria dos inibidores das janus quinase (JAKs), proteínas envolvidas no desencadeamento de doenças inflamatórias. Segundo o estudo, no caso da Covid-19, sua atuação diminuiria o risco de ocorrência da chamada “tempestade inflamatória”, complicação grave da enfermidade associada à resposta exacerbada do sistema imunológico à entrada do SARS-CoV-2.

Estudo

​O estudo teve a participação de 289 pacientes adultos internados, há no máximo três dias, em 15 centros brasileiros de tratamento. Um grupo recebeu o tofacitinibe (10mg) duas vezes por dia mais tratamento padrão até a alta ou 14 dias de hospitalização. Outro, placebo e tratamento padrão durante o mesmo período.

O medicamento ainda não foi aprovado para uso contra a Covid-19

O Einsten ressalta que o medicamento não foi aprovado ou autorizado para uso por nenhuma agência regulatória do mundo para o tratamento de Covid-19, uma vez que o estudo agora publicado é o primeiro randomizado multicêntrico a avaliar seu impacto no tratamento da doença.

“Uma eventual utilização no arsenal anti-Covid dependerá de extensa avaliação de dados por parte dos órgãos reguladores e autoridades de saúde. No Brasil, o medicamento é indicado para o tratamento da artrite reumatoide, artrite psoriásica e retocolite ulcerativa”, diz o hospital em nota divulgada. ​

O trabalho foi publicado nesta quarta-feira (16) pela revista médica The New England Journal of Medicine.