Um relatório divulgado hoje (17) pela Organização Mundial do Comércio (OMC) diz que a economia brasileira terá uma recuperação gradual em 2017, mas o crescimento será fraco por um período prolongado. Segundo a análise, incerteza política e desequilíbrios fiscais estão entre os fatores que tornam a economia brasileira mais vulnerável.

“Apesar dos fundamentos econômicos sólidos, os riscos negativos para a perspectiva econômica permanecem. A economia continua vulnerável a uma intensificação da incerteza política, bem como a atrasos na resolução dos desequilíbrios fiscais”, diz o documento.

Segundo a OMC, um crescimento sustentável depende da implementação de reformas estruturais em várias áreas. O crescimento da economia também depende do fechamento de gargalos de infraestrutura e da solução de questões trabalhistas e previdenciárias. “Essas reformas podem aumentar a resiliência da economia brasileira”, diz a OMC.

Segundo projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) apontadas no relatório, o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) deverá crescer 0,5% neste ano, 1,5% em 2018 e 2% entre 2019 e 2021. A inflação deve ficar em 6,1% em 2018 e estabilizar em cerca de 5% depois disso, segundo o documento da OMC. O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu a meta de inflação em 4,5% para 2018, 4,25% para 2019 e de 4% para 2020, com intervalo de tolerância é 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

A avaliação da OMC diz que o Brasil entrou em uma severa recessão em 2015 e 2016, desencadeada pela deterioração das relações comerciais e exacerbada pela incerteza política. A queda no PIB foi acompanhada pelo aumento da inflação e do desemprego. Embora o sistema financeiro brasileiro não tenha sido significativamente impactado pela desaceleração econômica, o crédito doméstico tornou-se mais cauteloso e a demanda por empréstimos diminuiu, segundo o relatório.

O Ministério da Fazenda disse que não vai comentar o relatório da OMC.