Levantamento feito pelo jornal o Globo mostra que o presidente Jair Bolsonaro (PL) pode ser o primeiro candidato com mais de 50% de rejeição a chegar no segundo turno de uma eleição presidencial no Brasil. O levantamento também mostra que, há cinco meses das eleições, os pré-candidatos só foram tão rejeitados nas eleições de 1989.   

De acordo com a pesquisa, feita a partir do banco de dados do Centro de Estudos de Opinião Pública (Cesop/Unicamp), Datafolha, Ibope e Ipec, 55% dos entrevistados dizem que não votariam em Jair Bolsonaro. Em agosto de 2018, há menos de dois meses do primeiro turno da eleição, esse número era de 39%. 

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Já Lula, que lidera todas as pesquisas de intenção de voto, tem 37% de rejeição, contra 34% em 2018.

Rejeição só tem paralelo com a de Ulysses Guimarães

A última vez que um candidato teve mais de 50% de rejeição foi o ex-deputado Ulysses Guimarães na eleição de 1989. 

O pleito foi o primeiro com voto direto para presidente desde o fim da ditadura militar e Ulysses era tido como sucessor do governo de José Sarney, que terminou o seu mandato mal avaliado. 52% disseram que não votariam em Ulysses naquela eleição. O resultado foi que ele teve pouco mais de 4% de votos e terminou o primeiro turno na sétima colocação. 

Número é o pior para um presidente que busca reeleição 

O índice de rejeição do presidente Jair Bolsonaro acompanha a reprovação do seu governo. De acordo com pesquisa PoderData publicada na última sexta-feira (13), 56% da população desaprova o seu governo e 36% aprova. 

Desde que existe reeleição no Brasil, em 1998, a rejeição de Bolsonaro é a maior da série histórica para um mandatário que busca o segundo mandato. Em 1998 Fernando Henrique Cardoso tinha 25% de rejeição; em 2006, Lula tinha 26% e Dilma Rousseff, que até então tinha o maior número, era rejeitada por 35% em 2014. Os três conseguiram a reeleição.