O primeiro-ministro Boris Johnson pretende anunciar no próximo domingo (10) um plano de desconfinamento progressivo do Reino Unido, acompanhado de uma série de medidas de distanciamento social para limitar a propagação da COVID-19, informa a imprensa britânica.

Com 28.446 mortes registradas até domingo (3), o Reino Unido é o segundo país mais afetado da Europa pelo coronavírus, atrás apenas da Itália.

+ Itália entra em semiliberdade vigiada
+ Distribuição de máscaras e reabertura de alguns comércios na Espanha

Johnson decretou em 23 de março um confinamento que foi prolongado até 7 de maio, data em que deve ser reavaliado.

Reduzir o número de pessoas por escritório, fechar as áreas de refeição das empresas e intensificar a limpeza são algumas medidas que, segundo a BBC e o jornal Financial Times, o Executivo está considerando para permitir a retomada das atividades das empresas.

Os funcionários em contato com o público deverão estar protegidos por telas de plástico e o governo pretende estimular quem tiver condições a continuar trabalhando de casa, de acordo com os dois meios de comunicação.

Também existe a proposta de estabelecer horários de trabalho escalonados para que as linhas de metrô e trens suburbanos não fiquem lotados nos horários pico.

Antes de receber os funcionários novamente, as empresas terão que fazer uma “avaliação dos riscos”, sugerem os documentos do governo sobre o fim gradual do confinamento.

Caso não possam cumprir a distância recomendada de dois metros entre dois funcionários, será considerada a possibilidade de utilizar equipamento de proteção pessoal, um ponto que provoca dúvidas entre os empresários.

“Precisamos de uma recomendação clara”, declarou à BBC Adam Marshall, diretor geral das Câmaras de Comércio Britânicas.

A introdução de medidas de distanciamento social nos transportes é impossível de ser aplicada nos aeroportos, afirmou John Holland-Kaye, gerente do aeroporto londrino de Heathrow, o maior da Europa.

“Não funcionará na aviação nem em nenhum outro tipo de transporte público. O problema não é o avião, e sim a falta de espaço no aeroporto”, escreveu Holland-Kaye em um artigo publicado pelo jornal The Telegraph.

“Para apenas um avião de longo trajeto seria necessário formar uma fila de um quilômetro”, destacou.