Qualquer pessoa que chega ao Reino Unido a partir do exterior tem que respeitar a partir desta segunda-feira (8) una quarentena de 14 dias para evitar a importação de novos casos de coronavírus no país, uma medida que tem a eficácia questionada e que desagrada os setores aéreo e do turismo.

A quarentena, que será revisada pelo governo britânico a cada três semanas, envolve todas as chegadas por terra, mar e ar, tanto para os viajantes que moram no Reino Unido como para aqueles que não residem no país.

“Introduzimos esta quarentena porque, como o número de infecções diminui (no Reino Unido), a proporção de infecções procedentes do exterior aumenta”, explicou o ministro da Saúde, Matt Hancock, ao canal Sky News.

“Espero realmente que as pessoas possam embarcar nos aviões, sair de férias no verão (hemisfério norte), mas temos que começar por adotar uma perspectiva prudente”, completou.

O governo prevê a aplicação de controles aleatórios e quem violar a medida será multado em 1.000 libras (1.266 dólares). Pessoas da área de transportes, profissionais da saúde, trabalhadores rurais e pessoas procedentes da Irlanda estarão isentas.

O Reino Unido, um dos países mais afetados pela pandemia, registrou até o momento 40.542 mortes por coronavírus e 287.000 casos de contágio.

“Acredito que teríamos realmente que continuar baixando de forma significativa o nível (de contágios) neste país antes que a quarentena comece a ser uma medida eficaz”, declarou recentemente à BBC o professor Robert Dingwall, membro de um subgrupo do comitê científico que aconselha o governo sobre a pandemia.

O conselheiro científico do governo, Patrick Vallance, admitiu que a decisão de impor a quarentena é mais uma decisão política que científica.

Os profissionais do setor da aviação e do turismo, muito afetados pela pandemia, se opõem à medida que freia a retomada de suas atividades.

As companhias aéreas British Airways, EasyJet e Ryanair criticaram no domingo, em um comunicado conjunto, um dispositivo “desproporcional e injusto”.