Uma graduada autoridade da China advertiu que os problemas enfrentados pelo setor de seguros do país vão além do escopo do regulador da área, que tem tentado controlar a venda de produtos de risco para fundos de investimento. Em texto divulgado pelo jornal estatal Diário do Povo, o vice-presidente da Comissão Regulatória de Seguros da China, Chen Wenhui, afirmou que “alguns problemas exigem a coordenação de diferentes departamentos para se resolverem”.

Um exemplo dado pela autoridade foi que era difícil monitorar de onde o dinheiro vinha, quando havia inovação financeira envolvida. Na China, autoridades já criticaram publicamente as seguradoras por deixar o foco em seus negócios principais e até puniram várias companhias. O regulador de seguros advertiu contra produtos um tanto inovadores no setor e reverteu antigas regras para controlar como as seguradoras investem, ao permitir em janeiro que essas empresas possam investir apenas 5% de seu total de ativos em uma única ação – antes podiam chegar a 10%.

Os próximos passos da reguladora do setor de seguranças incluirão um corte na proporção de acionistas únicos, o fortalecimento da estrutura de propriedade das seguradoras e o monitoramento de quem são os reais acionistas, disse Chen. A reguladora já propôs regras para limitar a propriedade nas seguradoras para um investidor único, de 51% para um terço.

Chen disse, porém, que um regulador único tem muito controle. Segundo ele, transferências de ações e de direitos de voto, além de acordos para determinadas medidas, são em grande medida negociações privadas, portanto é impossível que os reguladores possam ir a fundo nesses temas, exceto por meio de litígios e outros meios judiciais para obter evidências. “É difícil para o regulador de seguros investigar o problema da falsa elevação de capital por fundos de seguros, é uma dor de cabeça”, comentou.

Uma solução possível, para Chen, seria a interferência do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês). Fonte: Dow Jones Newswires.