Um morador de Hong Kong foi diagnosticado com hepatite E dos roedores – revela um estudo de uma das principais universidades desta ex-colônia britânica sobre o primeiro caso conhecido de infecção humana por esta variante da doença.

A Universidade de Hong Kong relata que conseguiu “provar pela primeira vez no mundo que o vírus da hepatite dos roedores (HEV) pode infectar seres humanos e provocar uma infecção clínica”.

Até agora não havia qualquer evidência de que a doença pudesse ser transmitida por zoonose, acrescentam os autores do estudo, em um comunicado divulgado nesta sexta-feira (28).

A hepatite dos roedores é “uma prima muito distante das variantes humanas da hepatite E”, continua a universidade, explicando que a descoberta tem “um significado maior para a saúde pública”.

O vírus foi detectado em um paciente de 56 anos que recebeu um transplante de fígado, cujas análises mostravam um funcionamento anormal do órgão.

Segundo o jornal “South China Morning Post”, os pesquisadores estimam que ele pode ter sido infectado por alimentos contaminados com excremento de roedores.

O homem vivia em uma moradia social, e os arredores de sua casa tinham sinais de uma praga de roedores, completa o jornal. O paciente está agora na fase de convalescença.

As variantes humanas da doença afetam cerca de 20 milhões de pessoas por ano no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). A hepatite E é, em geral, transmitida por água contaminada.

O problema dos roedores na ex-colônia se agravou nos últimos meses, devido à persistência do clima quente e úmido.

Hong Kong sofreu graves epidemias no passado. Em 2013, a Síndrome Respiratória Aguda Severa (SRAS) deixou cerca de 300 mortos.

No final do século XIX, a peste bubônica, transmitida pelos roedores, causou milhares de mortes em Hong Kong e na China continental.