São Paulo, 11/11/2017 – O empresário Flávio Rocha, dono da Riachuelo, defendeu neste sábado a reforma trabalhista como passo importante para o Brasil melhorar a competitividade e conseguir subir nos rankings internacionais sobre a facilidade de se fazer negócios. Atualmente, disse ele em apresentação no 3º Congresso Nacional do MBL (Movimento Brasil Livre), o País é “humilhado” nos levantamentos de competitividade e a cada ano perde posições. Rocha citou o ranking “Doing Business”, elaborado anualmente pelo Banco Mundial e que mostra o Brasil na 125ª posição entre 190 países no ano de 2017. O levantamento leva em consideração a facilidade de se fazer negócios em cada país e o Brasil caiu duas posições em relação a 2016. Com a reforma trabalhista, o Brasil pode, conforme o empresário da Riachuelo, “ganhar 35 pontos” e subir no ranking.

“Quando falta crença na soberania suprema do mercado permanece a hiper-regulação”, disse Rocha. O empresário ressaltou que, além do excesso de regras e normas, a carga tributária no Brasil deu um salto nos últimos anos, saindo de 22% do Produto Interno Bruto (PIB), no final dos anos 80, para 37% nos últimos anos. Ao mesmo tempo, o Brasil tem que competir internacionalmente com mercados emergentes que possuem carga tributária menor, ao redor de 15% do PIB.

No Brasil, o “carrapato é maior que o boi”, afirmou o empresário ao falar do excesso de regras, da alta burocracia e de carga tributária, que prejudica a competitividade do País. O empresário citou ainda, sem falar nomes, o exemplo de um banco internacional que resolveu deixar o Brasil. O país respondia por 1,5% do faturamento da instituição, mas gerava 93% das causas trabalhistas deste banco. “Há uma hipertrofia absurda da carruagem estatal.”

Rocha disse que o Brasil gera 3,8 milhões de causas trabalhistas por ano, mais do que todos os países do mundo. Para os participantes do evento do MBL, a reforma trabalhista vai permitir a resolução de conflitos de forma extrajudicial e tem como objetivo reduzir esses litígios. De acordo com Rocha, o excesso de regras no mercado de trabalho “tem efeito de areia nas delicadas engrenagens da economia”. “O resultado disse é a perda competitividade.”

Recentemente, a Riachuelo foi alvo de uma ação judicial que cobra R$ 37,7 milhões de indenização do grupo, por causa da terceirização de funcionários em condições piores que os empregados atuais. Em sua apresentação, Rocha falou do caso, rechaçou as acusações do Ministério Público do Trabalho e destacou que este tipo de litígio só contribui para dificultar a geração de empregos.