A reforma da Previdência Social proposta pelo governo Temer é “uma das mais amplas que já se propuseram” até hoje no País. A afirmação é do secretário da Previdência Social,  Marcelo Caetano, nesta quarta-feira, 05, no evento “Reforma da Previdência”, na sede da revista Istoé DINHEIRO, em São Paulo.

Questionado se haveriam privilégios indevidos na proposta governamental – como a de aposentadorias de militares, servidores públicos e mesmo a autonomia para que estados e municípios possam legislar sobre suas respectivas previdências -, Marcelo Caetano disse que o interesse do governo é de que “não se desconfigure a reforma no Congresso”.

Ele admitiu, no entanto, que se o texto aprovado não sofrer grandes alterações haverá uma estabilidade nos gastos da Previdência por três ou quatro décadas, “mas isto não acaba com o déficit”.

Comunicação falha

Marcos Lisboa , presidente do Insper, instituição sem fins lucrativos de ensino superior e pesquisa, que participou do debate, afirmou que a discussão do assunto é pouco clara. “Os números deveriam estar na mesa para a discussão para não termos um debate politizado como assistimos”.

Lisboa acredita que o governo peca na comunicação: “A conversa deveria ser diferente. O que precisamos é discutir o que precisamos fazer hoje para não termos um rombo impagável daqui a 20 ou 30 anos”, afirmou.

A mesma opinião é partilhada por Darcy Francisco, especialista em Previdência, que também participou do debate na DINHEIRO. “Foi um grande erro tirar os militares, estados e municípios da proposta encaminhada ao Congresso. Lembrando que o servidor público é um privilegiado, ganha mais e tem estabilidade, e ficou também de fora da proposta”, afirmou. Segundo o especialista, “se nada for feito agora o País vai quebrar lá frente”.