A discussão em torno da reforma da Previdência Social tem turbinado o mercado de previdência privada, de acordo com informações da Associação Brasileira de Previdência Privada (Abrapp).

“Tem havido mais procura por planos com a comunicação do governo sobre a longevidade dos brasileiros, o risco de não pagamento caso não seja feita a reforma”, afirma Luis Ricardo Martins, presidente da Abrapp. “De uma forma geral diria que houve um aumento entre 20 a 30% por planos privados na média dos últimos doze meses em relação ao mesmo período anterior.”

O executivo explica que a procura ocorre nos chamados planos instituídos, que são aqueles nos quais entidades de classe de uma determinada categoria profissional – advogados da OAB, por exemplo – se cotizam para ter uma previdência privada complementar à oficial.

Martins lembra que há ainda duas outras modalidades comuns no setor privado: a previdência patrocinada por empresas aos seus respectivos funcionários ou servidores público e a previdência aberta oferecida pelos bancos. Neste último caso,  são os conhecidos Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL).

Em todas essas alternativas de planos complementares privados, a rentabilidade vai depender da carteira administrada e o custo de manutenção cobrado. Como as taxas de juros ainda estão altas, muitos desses fundos têm aplicado em títulos do governo e garantido uma boa rentabilidade nos últimos anos, explica o presidente da Abrapp.

Poupança por conta própria

Uma dúvida comum dos brasileiros é se vale mais a pena poupar por conta própria, pensando na aposentadoria futura, ou pagar o INSS no caso dos contribuintes individuais e facultativos. No caso de empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o recolhimento do INSS é obrigatório.

Uma simulação feita pela consultoria Tag Investimentos levou em conta uma expectativa de vida de 80 anos. Nesse caso, pagando-se pelo teto do INSS, por um período de 25 ou 41 anos de contribuição, a Tag conclui que vale mais a pena poupar por conta própria.

“Se o brasileiro começar a poupar cedo, aos 25 até os 65 anos de idade, a decisão é mais fácil. Com um juro real acima de 2% ao ano,  a opção clara é por poupar por conta própria o dinheiro em vez de pagar ao INSS”, afirma a consultoria.