BRASÍLIA (Reuters) – O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira que o reforço ao Bolsa Família, rebatizado de Auxílio Brasil pelo governo Jair Bolsonaro, exige a cooperação dos Poderes.

“Nós precisamos do Congresso e precisamos posteriormente de uma interpretação do Supremo (Tribunal Federal)”, afirmou ele, ao participar de evento no Palácio do Planalto.

Guedes reforçou que, para expandir o programa, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos precatórios abre espaço fiscal no Orçamento e a reforma do Imposto de Renda garante a fonte de recursos para reforço do programa.

“São duas medidas complementares”, frisou ele.

Durante sua fala, Guedes reiterou que a perspectiva de crescimento para o país neste ano é de 5,3% a 5,4%. Oficialmente, o Ministério da Economia prevê alta de 5,3% para o PIB em 2021.

Ele também afirmou que o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, deverá anunciar em breve que, desde o “fundo do poço” por conta da crise com o coronavírus, o Brasil já criou 3 milhões de empregos.

Sobre o tema, ele fez um apelo para que o Senado reconsiderasse medidas para geração de empregos adicionais.

“Iríamos criar mais 2 milhões de empregos com a (Medida Provisória) 1045 que foi para lá, estendendo a mão para os invisíveis. E essa mão foi negada”, afirmou ele sobre a medida.

A MP, que mudava regras trabalhistas, foi aprovada na Câmara dos Deputados, mas rejeitada no Senado.

Após o Fundo Monetário Internacional (FMI) ter publicado relatório sobre o Brasil afirmando que o desempenho econômico do país tem sido melhor que o esperado, Guedes disse que o país é elogiado lá fora enquanto é apedrajado internamente.

O ministro disse ainda que Bolsonaro sempre joga dentro das quatro linhas, mas é atacado e acusado.

“Há um script escrito para colocá-lo no papel de golpista e ele se recusa a fazer esse papel. Ele é um democrata, ele é um produto da democracia brasileira, um produto legítimo”, disse.

Bolsonaro, que nas manifestações de 7 de Setembro chegou a xingar um membro do STF, ameaçando não cumprir decisões da corte, deu entrevista recente à revista Veja afirmando que a chance de dar golpe de Estado é “zero”.

(Por Marcela Ayres)

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