O diretor de Relações com Investidores da Cyrela, Paulo Eduardo Gonçalves, afirmou na manhã desta quinta-feira, 21, que a diminuição dos distratos, sobretudo em decorrência do menor volume de entregas, já tem ajudado as vendas nos últimos meses. “Outubro e novembro foram os melhores meses do ano”, disse, em reunião pública com investidores e analistas.

Nesses dois últimos meses, as vendas líquidas atingiram R$ 845 milhões, contra R$ 730 milhões reportados no terceiro trimestre. “Esse resultado teve contribuição dos lançamentos, mas em geral temos visto melhora do mercado”, ressaltou. As vendas em 2017, até setembro, se concentraram especialmente em São Paulo, com 63% do total, somando capital e interior.

Sobre os lançamentos da Cyrela no ano, a concentração também aconteceu na mesma região, movimento que tende a se manter, afirmou o diretor de RI. Os destaques de 2017 foram os empreendimentos Heritage e Greenwich, ambos com perfil de alta renda. Sobre o Greenwich, Gonçalves afirmou que o desempenho tem superado as expectativas. “Quando o produto é colocado da forma certa, com o produto correto, temos uma ótima com nossos lançamentos”, disse.

Entregas

No mesmo evento, o diretor financeiro da Cyrela, Miguel Mickelberg, afirmou que as entregas devem cair 15,8% no próximo ano, após a forte redução de 26,9% na passagem de 2016 para 2017. “Quase tudo vai ser entregue em São Paulo, Rio de Janeiro e na região Sul”, frisou o executivo, em reunião da Apimec com analistas e investidores.

Do previsto para 2018, 42% corresponde a entregas no Rio de Janeiro, o dobro do anotado em 2017 (21%), principalmente por conta do projeto Riserva Golf fases I e II, com Valor Geral de Venda (VGV) de R$ 900 milhões.

Com relação a lançamentos, a empresa não divulga guidance, mas o executivo que São Paulo deve concentrar cerca de 80% do total. Em segmentação, os lançamentos deverão manter perfil semelhante ao de 2016 e 2017, com 34% em alto padrão e 31% em médio padrão.

O executivo frisou ainda a diminuição dos distratos. Em outubro e novembro, os distratos atingiram R$ 218 milhões. “Isso dá cerca de R$ 110 milhões por mês, em média – no resto dos meses do ano, esse valor era de R$ 160, R$170 milhões, uma redução de 30%”.

Quanto ao estoque pronto, Mickelberg afirma que o destaque é a redução verificada no Norte e Nordeste. Na quebra do estoque pronto por regiões e Estados, Norte e Nordeste detêm 10%, porcentual que era de 30% no passado. O principal problema continua no Rio de Janeiro, afirmou o executivo, região que detém 25% do estoque total e 27% do estoque pronto da companhia.