A pandemia, o isolamento social e o home office levaram multidões a se mudar das grandes cidades para o interior. Seguindo esse fluxo, a Wyndham Hotel & Resort, um dos maiores grupos hoteleiros do mundo, com faturamento global de US$ 1,5 bilhão no ano passado, pretende multiplicar seus negócios fora das grandes metrópoles brasileiras. Pelo modelo de franquia, dos 39 empreendimentos abertos em 23 cidades, apenas sete estão em capitais. E o plano é acelerar essa interiorização nos próximos anos, segundo Eduardo Cruz Del Rio, vice-presidente de operações para a América Latina e Caribe. “O Brasil tem características especiais, com muitos municípios e muitas cidades médias”, afirmou o executivo. “Dá para ter um crescimento ainda muito forte de todas as nossas marcas.”

Para sustentar esse crescimento fora dos grandes centros, a Wyndham pretende atrair pequenos hotéis (que tenham marca conhecida e boa reputação local), além de empresários de fora do ramo hoteleiro que enxergam potencial para oferecer hospedagem no interior. Para esses empreendimentos, o grupo criou a bandeira Dolce by Wyndham, a mesma já consolidada nesse modelo de negócio na Europa. Atualmente a companhia opera em 95 países, com mais de 813 mil quartos.

METRÓPOLES FORA DO FOCO Eduardo Del Rio estuda regiões com potencial econômico e vocação para o agronegócio e para a mineração. Hotel Ouro Minas é o primeiro da bandeira Dolce by Wyndham. (Crédito:Divulgação)

TAXA DE OCUPAÇÃO No primeiro trimestre deste ano, a Wyndham aumentou sua estrutura em 504 quartos no País, com a assinatura de 15 novos contratos – cerca de 30% do total dos negócios da companhia na América Latina. O primeiro Dolce da Wyndham no País foi o tradicional Ouro Minas Hotel & Eventos, em Belo Horizonte. Segundo a dona do empreendimento, Erica Drumond, a proposta do Ouro Minas sob a marca Dolce é equilibrar, através da plataforma de reservas da Wyndham, a taxa de ocupação do hotel. “A flutuação na taxa de ocupação acaba com o retorno do investimento de um hotel”, disse.

De olho no potencial econômico de regiões com vocação para o agronegócio e para a mineração, a Wyndham está estudando 30 possíveis municípios para receber novos investimentos. Na avaliação da presidente do Conselho de Turismo da Fecomercio-SP, Mariana Aldrigui, ao atrair pequenos empresários do setor para o seu guarda-chuva, a Wyndham cria um jogo de ganha-ganha. “O hotel pequeno amplia muito a sua força de marketing, de divulgação e também de adequação a padrões internacionais”, afirmou. Pelo lado da Wyndham, avançar rumo ao interior significa geração de receita e de novos negócios.