Para garantir o crescimento da empresa, os gestores do Criatec – fundos iniciados há dez anos para ajudar empresas de pequeno porte e startups a se viabilizarem no mercado – analisam o potencial da companhia e acompanham as decisões dos fundadores. O dinheiro do fundo, que passa a ser sócio minoritário no negócio, pode ter diferentes aplicações, até o financiamento de aquisições.

Foi o que aconteceu com a paulista Vindi, de meios de pagamento. A empresa, que é uma das maiores apostas do BNDES, começou em 2013 com investimento de R$ 200 mil de dois sócios, e chegou agora a 2,7 mil clientes em mais de 200 municípios do País. Cresceu focando no segmento de serviços, como academias e escolas, até então pouco visado pelas empresas tradicionais do setor. Já recebeu três rodadas de investimento do Criatec 2 e usou o dinheiro na compra de três rivais.

O faturamento da empresa chegou a R$ 15 milhões e sua rede já processa R$ 1,5 bilhão em pagamentos por ano. “Queremos chegar a 45 mil clientes em três anos”, diz o sócio-fundador Rodrigo Dantas.

O mais comum, contudo, é que a injeção de capital auxilie a empresa a finalizar pesquisas e ampliar esforços de venda. A carioca Confiance, que produz equipamentos para videocirurgias, usará os recursos para acelerar o crescimento em São Paulo em 2018. Montada inicialmente para prestar assistência técnica, investiu no desenvolvimento de produtos e foi ganhando mercado pelo setor público.

Em 2017, recebeu investimento do Criatec 2. A empresa vem conquistando espaço no mercado privado, mais seletivo e projeta crescimento de 40% nas receitas, diz Cristiano Brega, presidente da Confiance.

Resultados

O resultado final dos fundos só será conhecido quando todas as empresas forem vendidas. No caso do Criatec 1, isso ocorrerá em 2019. Das 36 investidas nesse fundo, 16 foram vendidas – sete foram casos de sucesso e seis de fracasso. Exemplo de projeto bem-sucedido é a fabricante mineira de produtos para controle de pragas Rizoflora. Criada em 2006, recebeu investimento de R$ 1,2 milhão entre 2008 e 2011 e foi vendida em 2016 para a multinacional Stoller.

As perspectivas são boas, acredita o banco. Juntas, as 20 empresas que restaram no portfólio faturaram R$ 200 milhões em 2017. Quando receberam investimento, as receitas somavam R$ 14 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.