Por Martyn Herman

TÓQUIO (Reuters) – Quando o time britânico de ciclismo, na modalidade perseguição por equipes em 4 km, quebrou o recorde mundial duas vezes em um só dia para conquistar o ouro nos Jogos do Rio há cinco anos, parecia que a barra havia subido até o limite.

O quarteto formado por Ed Clancy, Owain Doull, Steven Burke e Bradley Wiggins registrou 3:50.265 para bater a Austrália e dar ao Reino Unido o terceiro ouro olímpico consecutivo.

A marca da vitória havia sido 1,4 segundos mais rápida do que o recorde mundial anterior estabelecido em Londres-2012, e isso apenas torna o que aconteceu desde então ainda mais surpreendente.

A Austrália foi a primeira a elevar seu nível no ciclismo por equipes, baixando o recorde mundial para 3:49.80 e depois para 3:48.01 em 2018 e 2019 respectivamente.

Então vieram os dinamarqueses. No campeonato mundial de 2020 em Berlim, a seleção dinamarquesa não só bateu o recorde, como o destruiu três vezes em dois dias antes de assegurar a medalha de ouro.

No momento em que Lasse Norman Hansen, Julius Johansen, Frederik Rodenberg e Rasmus Pedersen terminaram, a nova melhor marca na prova de ciclismo de pista azul já havia se transformado em 3:44.67.

O recorde mundial feminino do Reino Unido de 4:10.236 estabelecido nas Olimpíadas de 2016, ocasião em que baixaram a marca três vezes, persiste, mas esta semana no velódromo olímpico de Izu uma nova marca pode ser quebrada.

Ed Clancy, que persegue a quarta medalha de ouro olímpica na perseguição por equipes, admite que a Dinamarca transformou a modalidade.

Mas, para manter a coroa, o Reino Unido deve conseguir baixar pelo menos sete segundos da marca obtida em Berlim no ano passado.

(Reportagem de Martyn Herman; Edição de Hugh Lawson)