Economia

Na terça-feira 14, o presidente Jair Bolsonaro divulgou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tinha acabado de assinar a portaria que aumentou de US$ 500 (cerca de R$ 2 mil) para US$ 1 mil (pouco mais de R$ 4 mil) o limite de compras em free shops do País. A nova regra entra em vigor no dia 1º de janeiro e vale para cidadãos brasileiros que voltam do exterior. Os consumidores, obviamente, soltaram fogos. O buraco, porém, é mais embaixo. Os técnicos da Receita Federal (RF) fizeram as contas e concluíram que a decisão de Bolsonaro custará muito dinheiro aos cofres públicos. Já em 2020, a RF deixará de arrecadar, com a mudança, quase R$ 63 milhões em impostos. E a situação vai piorando. Para 2021, os cálculos da RF indicam perda de R$ 72 milhões. O rombo aumenta para R$ 83 milhões, em 2022, e para R$ 95,5 milhões, em 2023. Os números indicam que o agrado do presidente no bolso dos viajantes-consumidores causará perda de R$ 313,5 milhões, em apenas quatro anos. Isso explica os motivos que levaram os técnicos do Ministério da Economia a ser contra a decisão presidencial. Sem falar que o antigo limite nos free shops do Brasil (US$ 500) já era um dos maiores do mundo. A efeito de comparação, na Argentina, no Chile e no México, esse valor é de US$ 300.

 

Commodities

Produção da Vale cai 17,4% no trimestre

A produção de minério de ferro da Vale registrou queda de 17,4% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2018. O tombo é efeito da paralisação de algumas minas da companhia, após a tragédia de Brumadinho, ocorrida em janeiro e que causou a morte de cerca de 250 pessoas e enormes prejuízos ambientais. Ao todo, a mineradora produziu 86,7 milhões de toneladas, com a retomada das operações da mina de Brucutu e o retorno parcial das operações de processamento a seco no Complexo Vargem Grande. Além disso, a empresa também sofreu queda nas vendas de minério de ferro (redução de 11,8%) e de pelotas (22,3% abaixo). Os problemas da Vale não devem acabar tão cedo. Acusada de ter causado a morte de todas as vítimas do desastre e de gerar prejuízos financeiros aos acionistas, a empresa ainda enfrenta processos no Brasil e nos Estados Unidos, correndo riscos de perder bilhões de dólares caso seja derrotada nos tribunais, como os especialistas acreditam que deve acontecer.

 

Mundo

Guerra comercial EUA x China pode reduzir crescimento global a menor nível desde a crise de 2008

As previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a economia global são tenebrosas. No seu relatório Perspectiva Econômica Global, divulgado na terça-feira 15, a instituição financeira reduziu a expectativa do Produto Interno Bruto (PIB) mundial para 2019 de 3,2% para 3%. Teremos, assim, a menor taxa de crescimento desde a crise financeira que abalou o planeta em 2008. Tudo por causa da guerra comercial entre as duas maiores potências econômicas da Terra: Estados Unidos e China. E a coisa pode ficar ainda pior. No texto do seu relatório, o FMI alerta que, se os presidentes dos dois países – Donald Trump e Xi Jinping – não se acertarem logo, as perspectivas para a economia global “podem piorar consideravelmente”. O estudo do FMI retrata, em detalhes, os problemas econômicos gerados pelas tarifas impostas um ao outro por EUA e China, como turbulências no mercado financeiro, redução em investimentos e menor produtividade. Pelos cálculos da instituição, os prejuízos que a batalha comercial pode causar representam uma redução de 0,8% na produção econômica global, o equivalente a nada menos do que US$ 700 bilhões. Com Trump e Jinping ainda sem demonstrar muita disposição em fazer as pazes, o cenário futuro se mostra cada vez mais nebuloso.

 

Negócios

União vai receber R$ 210 milhões por petróleo de campo do pré-sal

Agência Petrobras

Os cofres da União ficarão R$ 210 milhões mais gordos. Esse é o valor que a Petrobras pagará, referente à parte da produção de petróleo da jazida compartilhada de Tartaruga, que fica entre os campos de Tartaruga Verde e Tartaruga Verde Sudoeste, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. O montante foi acordado por meio de acordo assinado entre a Petrobras e outra estatal, a Pré-Sal Petróleo, que administra os contratos de concessão do pré-sal. Quando começou a operar na região, há 15 anos, a Petrobras encontrou duas jazidas, sendo que uma delas estava numa área não incluída no contrato de concessão. Por isso, a companhia teve de assinar outro acordo, no qual a União passou a ter direito a uma parcela da produção e responsabilidade equivalente sobre os gastos. Em relação à Jazida Compartilhada de Tartaruga, a União ficou com 17,85%, o que equivale a R$ 210 milhões.

 

Aviação

Azul fecha parceria com companhias aéreas United, Avianca e Copa

A companhia aérea Azul segue alçando voos cada vez mais mais altos e ousados.
A empresa anunciou, na segunda-feira 14, que está negociando uma parceria com outras três forças do setor: a United Airlines, a Avianca Holdings (o braço colombiano, sem ligações com a brasileira, que está em recuperação judicial) e a Copa Holdings. As companhias declararam ter um plano de coordenar rotas já a partir do mês que vem, para voos entre os Estados Unidos e a América Latina. Entre as pendências para a concretização do negócio, está a aprovação das agências reguladoras do segmento. Não é só a Azul que está abrindo suas asas. Esta semana, a Gol também anunciou que está em negociações com a American Airlines (AA), para a elaboração de uma possível parceria. Em declaração oficial, um porta-voz da AA disse que a empresa “está sempre em busca de parceiros em potencial”.

 

Internacional

Produção industrial da Zona do Euro se recupera

Enfim, uma boa – mas ainda tímida – notícia para a economia global. Em agosto, a produção industrial da zona do euro avançou mais do que os especialistas esperavam. De acordo com dados divulgados na segunda-feira 14, as fábricas da região investiram mais em maquinário, dando sobrevida às esperanças de que o bloco apresente alguma resistência à crise que o mundo aguarda para 2020. Segundo a Eurostat – a agência de estatísticas da União Europeia –, a produção industrial no bloco de 19 nações apresentou um avanço de 0,4%, cerca de 33% acima do valor estimado pelo mercado: 0,3%. Em todo o ano de 2019, agosto foi o terceiro mês a registrar ganhos no setor. Mas ainda é cedo para festejar. É que houve queda nos produtos de consumo duráveis e não duráveis, o que, de acordo com os economistas, sinaliza que está a caminho uma desaceleração das vendas a curto prazo.

 

Números

R$ 2,5 bilhões – É quanto a Oi espera captar com a emissão de títulos garantidos por recebíveis, com prazo de vencimento estimado em cinco anos

3,1 % – Foi o crescimento registrado pelo comércio com as vendas do Dia das Crianças no País, em relação ao mesmo período do ano passado

91 mil – É o número de vagas temporárias de trabalho que devem ser abertas no varejo no final deste ano, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O número é 4% acima do registrado no mesmo período de 2018

2% – É a nova projeção do FMI para o crescimento do PIB do Brasil para 2020. O valor é 20% inferior á estimativa anterior, que era de 2,4%