Os investidores da Brasil Foods foram pegos de surpresa. As ações caíram depois de um parecer preliminar da Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) que estabeleceu restrições à fusão entre a Sadia e a Perdigão, que formaram há um ano a BR Foods.
 

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Aposta: Fay, presidente da Brasil Foods, vai contestar o parecer no Cade 
 

Entre as propostas, há a sugestão de venda de linhas de produtos, como as das margarinas Doriana e Claybon, e até o licenciamento temporário de marcas como a Batavo, um de seus principais negócios (faturou R$ 2,6 bilhões em 2009).

“Essa sugestão derruba sinergias de quase R$ 5 bilhões”, diz Marcelo Varejão, da Socopa. Quem dará a palavra final é o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Mas, no curto prazo, a indigestão está na mesa.

O presidente José Antonio Fay – que, ironicamente, já dirigiu a Batavo e agora pode ser obrigado a vender a empresa – promete recorrer. Até a quarta-feira 30 de junho, data da divulgação do relatório, o papel da BR Foods estava em alta de quase 11%.

Mas, em um pregão, o volume de negócios chegou a R$ 200 milhões, quatro vezes mais que a média das últimas semanas, e a cotação despencou 6,3%. “A empresa corre o risco de perder margens de ganho importantes”, afirma Sandra Peres, da Coinvalores.