Seis facções rebeldes na Síria selaram nesta quinta-feira sua união para combater a ex-facção da Al-Qaeda no país, até então um aliado, agravando a divisão entre os dois lados que há três dias travam confrontos armados sem precedentes.

Cinco grupos, com milhares de combatentes, se juntaram às fileiras do Ahrar al-Sham, um movimento rebelde influente, anunciaram em dois comunicados.

Nesta quinta prosseguiam os combates no noroeste do país entre os insurgentes e a Frente Fateh al-Sham, anteriormente conhecida como Frente al-Nusra, facção síria da Al-Qaeda.

Esta violência explodiu no início desta semana em paralelo com as negociações de paz de Astana, no Cazaquistão, nas quais participaram facções rebeldes.

O grupo extremista acusou os demais de ter concluído um acordo para “combater a Fateh al-Sham e isolá-la” e afirmou a sua vontade de “abortar as conspirações”.

Desde terça-feira, os extremistas atacaram uma base controlada pelo grupo rebelde Jaish Mujahidin na província de Idlib. Os combates se expandiram nesta região, bem como em Aleppo.

“Nossa revolução abençoada sofreu nas últimas horas uma série de ataques”, indicava nesta quinta-feira o comunicado da Ahrar al-Sham, que advertiu que “qualquer ataque contra membros de nosso movimento ou bases será considerado uma declaração de guerra”.

Há anos, Fateh al-Sham tem sido aliada dos rebeldes contra o regime, particularmente na província de Idlib, último grande reduto da rebelião.

Fateh al-Sham e o grupo Estado Islâmico (EI), seu rival, estão excluídos da trégua em vigor desde o último 30 de dezembro.

O conflito sírio, que causou mais de 310.000 mortes e milhões de deslocados, tornou-se mais complexo ao longo de seus quase seis anos, com o reforço de grupos extremistas e o envolvimento das grandes potências.