Os rebeldes huthis no Iêmen ganharam terreno frente às tropas do governo a leste da capital, onde, segundo o ministro da Defesa, as forças governamentais procederam a uma “retirada tática”.

Os combates, que continuam neste sábado pelo nono dia consecutivo, permitiram aos rebeldes recuperar posições das forças do governo, segundo informaram à AFP líderes rebeldes.

“Algumas dessas posições estão sob controle do governo há três anos”, disse uma dessas autoridades, que pediu anonimato.

Esse ressurgimento da violência ocorre após meses de relativa calma no Iêmen, onde a Arábia Saudita lidera, desde 2015, uma coalizão militar em apoio às forças do governo contra os huthis.

Com o apoio do Irã, os huthis assumiram o controle de Sanaa e de várias regiões do país desde 2014. Seu progresso ocorre apesar dos bombardeios da coalizão liderada pela Arábia Saudita.

Segundo uma fonte rebelde, a força aérea da coalizão “atacou as posições dos huthis mais de 30 vezes nos últimos três dias”.

O ministro da Defesa do Iêmen, o general Mohamed Ali Al Magdachi, reconheceu implicitamente o progresso dos huthis no setor de Nihm, segundo a agência Saba.

Em uma reunião realizada na sexta-feira com altos funcionários em Marib, 170 km a leste de Sanaa, ele falou de uma “retirada tática das forças do governo de certas posições”.

Essas forças serão reagrupadas para serem reintegradas à frente, afirmou, explicando que “a batalha para libertar Sanaa é inevitável”.

Segundo várias ONGs, a guerra no Iêmen causou dezenas de milhares de mortes, principalmente civis. O país está passando pela pior crise humanitária do mundo, de acordo com as Nações Unidas.