Quem esperava um resultado mais consistente das empresas de varejo no terceiro trimestre acabou se frustrando. Os dados das líderes do setor, como Via e Magazine Luiza, acabaram vindo abaixo do esperado. As causas foram o avanço da inflação e a queda da renda dos consumidores. Ambos ficaram além das expectativas do mercado. A piora do cenário macroeconômico, que já havia afetado os resultados dos supermercados, agora apareceu nos números de outras companhias do setor. A Via (ex-Via Varejo), dona das Casas Bahia e do Ponto (antigo Ponto Frio) divulgou prejuízo de R$ 638 milhões no terceiro trimestre, ante um lucro de R$ 590 milhões no mesmo período de 2020. As margens Ebitda recuaram 26,8%.

O Magazine Luiza também anunciou queda de 30% nos lucros no período entre julho e setembro. O resultado recuou para R$ 143,5 milhões. A expectativa divulgada pela empresa, de retomada nas vendas em lojas físicas, acabou frustrada pela situação econômica. Com isso, a receita líquida totalizou R$ 8,61 bilhões, crescimento de 3,7% na comparação anual, mas com queda de 4,5% ante o trimestre anterior. Os números só não foram mais afetados por causa do bom desempenho das vendas no e-commerce. Já a Lojas Renner, um dos maiores varejistas de vestuário do País, acabou sendo beneficiada pela base menor de comparação com 2020. A empresa faturou 39,5% a mais no terceiro trimestre do que em igual período do ano passado, atingindo receita de R$ 2,3 bilhões. Com isso o lucro subiu 307,5% chegando a R$ 172 milhões. A empresa citou, além da melhora operacional, uma evolução nos resultados financeiros. Apesar de entregar resultados sólidos, com forte crescimento nas principais linhas, a companhia alega que as margens ainda não retomaram aos níveis pré-pandemia.

INFRAESTRUTURA
Retomada faz lucro da CCR acelerar

O lucro líquido da CCR chegou a R$ 183,9 milhões no terceiro trimestre de 2021, aumento de 55,5% sobre o mesmo período de 2021. Os dados indicam que a receita líquida cresceu 14%, chegando a R$ 2,2 bilhões. Dessa forma, a geração de caixa medida pelo Ebitda ajustado cresceu 21,1%, para R$ 1,6 bilhão. A retomada da movimentação das concessões operadas pela companhia ajudou a impulsionar os resultados.

CONSTRUÇÃO
Piora desempenho da Cyrela

A Cyrela, uma das maiores incorporadoras brasileiras, registrou um recuo de 83,1% no seu lucro no terceiro trimestre ante o mesmo período de 2020, chegando a R$ 237,6 milhões. Apesar de a receita líquida ter crescido 10,7% para R$ 1,28 bilhão, as contingências judiciais e despesas gerais prejudicaram os resultados. As despesas administrativas e o custo dos materiais de construção cresceram 31,4%, para R$ 122 milhões.

PETRÓLEO
Privatizada, Vibra lucra 79% mais

Privatizada oficialmente no dia 30 de junho deste ano, a Vibra Energia (antiga BR Distribuidora) encerrou o terceiro trimestre de 2021 com lucro líquido de R$ 598 milhões, o que representa crescimento de 79% em relação a igual período de 2020. A receita líquida cresceu 68,9% para R$ 35,7 bilhões no período. Com isso a geração de caixa medida pelo Ebitda ajustado avançou 42,1%, somando R$ 1,2 bilhão. A expansão, segundo a empresa, ocorreu com ajuda de um crédito tributário de R$ 147 milhões e com a retomada das atividades no terceiro trimestre, após o segundo trimestre ter sofrido forte influência da redução da mobilidade e das atividades econômicas durante a segunda onda da pandemia da Covid-19.

DESTAQUE NO PREGÃO
Cosan tem melhor resultado da história

Na Lata

O lucro líquido da Cosan no terceiro trimestre chegou a R$ 3,26 bilhões. O valor é dez vezes maior do que o do mesmo período de 2020. Foi o melhor resultado da história da holding cujo conselho é presidido por Rubens Ometto, e que controla empresas como Raízen, Rumo, Compass e Moove. O montante leva em consideração os efeitos extraordinários provocados pelos ganhos com a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Raízen, bem como a incorporação da Biosev, ambas realizadas em agosto deste ano. A receita líquida avançou para R$ 6,89 bilhões, alta de 85,5% ante 2020. A geração de caixa medida pelo Ebitda também foi recorde, ficando em R$ 3,4 bilhões, aumento de 6,7% em relação a 2020, refletindo maiores preços de seus produtos, principalmente o etanol.