O reajuste médio de 9,8% no preço do GLP de botijão deve ter um impacto de 0,11 ponto porcentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), conforme cálculos do economista Leonardo França Costa, da Rosenberg Associados. O efeito deve ser sentido no IPCA fechado deste mês e uma parte maior será percebida na inflação de abril, estima.

No IPCA, o gás de cozinha tem participação de 1,17% e, no dado de fevereiro, a variação apurada ficou negativa em 0,84%. No ano, o item tem queda de 0,39% e em 12 meses, alta de 2,39%, que está aquém da taxa positiva de 4,76% do IPCA em 12 meses terminados em fevereiro.

A despeito do aumento, válido a partir de terça-feira, o economista mantém a previsão de alta de 4,00% para o IPCA de 2017, pois acredita que a trajetória para a inflação ainda é cadente. Segundo ele, outros alívios de preços podem compensar o reajuste ao longo do ano. “Talvez tenhamos algum outro efeito, só que benigno, que ajude a equilibrar”, afirma.

Ainda que continue apostando na desaceleração do IPCA, França Costa chama a atenção para as dúvidas em relação ao comportamento dos preços de energia, diante da falta de chuvas em algumas partes do País. “A previsão é de alta em energia, por causa da demanda, em razão da seca em algumas regiões. Já estamos com bandeira amarela e pode até ser que mude para a rosa”, diz, completando que, por ora, não vê a possibilidade de volta da bandeira verde (sem cobrança extra aos consumidores).

A bandeira vermelha foi dividida em dois patamares: o 1, chamado de “bandeira rosa”, com cobrança extra de R$ 3,00 para cada 100 quilowatts/hora consumidos e o patamar 2, de cor vermelha, que mantém o valor de R$ 4,50 por 100 kWh. Já a amarela adiciona na conta R$ 2 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos.