Os fundos imobiliários estão apresentando diversas oscilações devido à alta dos juros. Qual o cenário mais promissor para esses investimentos?
Os fundos imobiliários mais flexíveis, cujos estatutos permitem aos gestores adotarem estratégias variadas. Nós fizemos isso. Há algum tempo, dedicamos boa parte do patrimônio dos clientes a um fundo imobiliário da gestora Valora, o Hedge Fund.

Por que vocês escolheram esse fundo especificamente?
Os gestores têm muita liberdade de atuação. Podem investir os recursos do fundo em operações imobiliárias, como a compra de terrenos para permutas posteriores com incorporadoras. Também podem financiar a cadeia da incorporação e, se houver alfa, é possível comprar ações de empresas do setor imobiliário.

E como essa flexibilidade permite um retorno maior para o fundo?
O setor imobiliário é bastante cíclico, e isso é ainda mais verdade no Brasil. O mercado global está passando por uma mudança drástica em termos macroeconômicos. Neste período pós-pandemia nós estamos notando juros mais robustos e uma política monetária bem mais agressiva em muitos países. Isso é uma reação às medidas de estímulo adotadas durante a pandemia, que aumentaram a renda das famílias, elevaram o consumo e acabaram pressionando a inflação. Em um cenário assim, tem mais vantagem o gestor de um fundo cujo estatuto permite diversificar as estratégias.

E qual o cenário para os próximos meses?
Nota-se uma suavização da alta da inflação, pois os índices de preços ao consumidor já mostram uma desaceleração dos reajustes. À medida que os investidores tiverem a sensação e a convicção de que a inflação está ancorada, deverá ocorrer uma reprecificação rápida dos juros.

Essa é a percepção de vocês?
Nossa convicção é que a inflação deverá seguir levemente acima da meta em 2023, o que pressiona os juros no curto prazo. E temos as questões fiscais, que devem manter elevados os prêmios de risco dos juros de curto prazo. A redução do imposto sobre os combustíveis dura até dezembro, mas o mercado vai olhar para além disso.

NOTAS

B3 E BLACKROCK LANÇAM 19 BDRS DE ETFS

A B3 e a gestora de fundos americana BlackRock anunciaram, na segunda-feira (1), o lançamento de 19 Brazilian Depositary Receipts (BDR) de Exchange Traded Funds (ETF) para investidores qualificados. De acordo com a B3, treze dos BDRs são de ETF setoriais, como consumo, dividendos, siderurgia e serviços públicos. Os outros seis são baseados em cinco tendências de cunho social. São eles: mudanças climáticas, mudanças demográficas, mudanças de poder econômico, rápida urbanização e avanços tecnológicos.

BB DTVM MUDA NOME PARA BB ASSET MANAGEMENT

A gestora de fundos de investimentos do Banco do Brasil, trocou de nome na segunda-feira (1) e passou a se chamar BB Asset Management. A mudança faz parte da campanha publicitária em um realinhamento estratégico da empresa. A gestora também informou que lançou recentemente fundos multimercados e também fundos de ações direcionados para investimentos na biotecnologia e no agronegócio. Um deles é o Exchange Traded Fund (ETF) negociado pelo código AGRI11, que segue o índice de empresas do agronegócio da B3.

PRIVATE EQUITY RENDE 11,2% AO ANO EM DÓLAR

Os fundos de private equity renderam, em média, 11,2% ao ano em dólares e 17,5% ao ano em reais entre 1994 e 2020, segundo uma pesquisa da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), realizada em parceria com o Insper. De acordo com o levantamento, a rentabilidade ficou acima do Ibovespa, CDI e MSCI Emerging Markets no período analisado. O estudo mostra também que os fundos de venture capital renderam em média cerca de 15% ao ano em dólar em todos os anos,
exceto 2013.

EM ALTA
4,8% 

Foi a alta mensal do preço do diesel em julho, segundo levantamento do Índice de Preços Ticket Log (IPTL) divulgado na segunda-feira (1). De acordo com o levantamento, o preço médio do litro do diesel comum fechou julho a R$ 7,78. “O preço do diesel já está mais alto que o da gasolina e, desde dezembro de 2021, mês do último recuo identificado, o IPTL não registra nenhum respiro no preço do combustível”, disse o Diretor da Divisão de Frota da Edenred Brasil, Douglas Pina.

EM BAIXA
7,5%

Foi a diminuição nos preços dos carros usados entre abril e junho, segundos dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), ligada à Universidade de São Paulo (USP) na segunda-feira (1). “A alta dos juros deixou o mercado mais restrito para venda, forçando os preços para baixo”, disse o diretor comercial do grupo revendedor AutoShow, Leandro Ferrari. O número pode ser uma retração da alta de 21% nos preços dos usados em 2021, provocada pela escassez de semicondutores.