As apreensões de bilhete único são feitas pelo menos desde 2015, mas a polícia não tinha dimensão de que se tratava de uma rede organizada. O esquema começou a vir à tona depois de um caso envolvendo um ladrão virtual. Ele havia clonado um cartão de banco e sacado cerca de R$ 8 mil da conta da vítima. Na sequência, o valor foi “pulverizado” em 63 cartões com créditos de bilhete único. Nenhum deles tinha identificação do proprietário.

A investigação está concentrada na Divisão de Investigações Gerais (DIG), em duas delegacias – a 3.ª, de Investigações sobre Fraudes Financeiras e Econômicas, que atua sobre os fraudadores, e a 4.ª, de Investigações sobre Fraudes Patrimoniais Praticadas por Meios Eletrônicos, que tenta identificar o hacker que consegue criar créditos para o bilhete. Além de deter 39 pessoas, os policiais apreenderam 23 computadores desde o início das operações.

O delegado titular da DIG, Carlos Eduardo de Carvalho, conta que as primeiras apreensões aconteceram em diversos pontos de recarga na cidade, que tinham até banner com logotipo do bilhete único, onde o usuário poderia comprar créditos extras. “Esse tipo de recarga zerou depois das primeiras apreensões”, afirma.

Agora, o foco da atuação dos criminosos está nas próprias estações de metrô, ônibus e trem. Eles se dividem em equipes de duas ou três pessoas e abordam os usuários, tentando vender cartões com a recarga completa ou até passando o bilhete na catraca por valor inferior.

Apreensão

Na última semana, por exemplo, policiais flagraram três homens oferecendo bilhetes na Estação Barueri da Linha 8-Diamante da CPTM. Com eles, foram encontrados 32 cartões com R$ 6,1 mil em créditos falsos, além de R$ 1,4 mil em dinheiro e três celulares. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.