O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, afirmou nesta quinta-feira, 8, que a instituição se compromete a fomentar o mercado de capitais do País, de modo a complementar a carteira convencional do banco em seus compromissos com a indústria e o setor de infraestrutura do Brasil.

“Não existe BNDES sem um mercado de capitais para o qual ele seja indutor”, disse Rabello, em São Paulo. “Seria ideal que o BNDES tivesse condição de colocar papéis em carteira, no braço BNDESPar, com tanto vigor quanto vende e sai das posições.”

Rabello ainda ponderou que a manutenção em tesouraria de posições boas, sem vender papéis, é “muito antiquada” – para ele, o ideal seria que o banco entrasse, induzisse, saísse e entrasse em outras posições livremente. “Se não queremos risco, não queremos desenvolvimento”, disse.

Infraestrutura

Quanto ao setor de infraestrutura, Rabello afirmou que o objetivo é migrar do corporate para o project finance, de modo a garantir que o conjunto de recebíveis e garantias internas ao projeto seja capaz de sustentar o fluxo de caixa.

“Na ponta compradora, sem o mercado de capitais, não existimos”, disse, afirmando que o banco estuda a introdução de um “BNDES Direto”, contando com Tesouro Direto e títulos que estejam na carteira do banco.

Crédito

Rabello afirmou que a entidade precisa trabalhar para pulverizar a oferta de crédito, de modo a atender micro, pequenas e médias empresas. “É um esforço muito grande para um banco com capilaridade zero realizar esse milagre”, disse Rabello, ressaltando que conversará com o Banco do Brasil e com a Caixa para atingir o objetivo.

Ele ainda afirmou que o banco possui a missão de interiorizar o desenvolvimento, levando recursos a áreas cada vez mais distantes dos grandes centros. “O compromisso é produzir soluções, fomentar o empreendedorismo e multiplicar a inclusão no País.”

Rabello ressaltou, no entanto, que as condições de fomento devem ser indutivas, de modo a dar suporte a um processo que vale a pena por si só. “O banco não tem mais justificativa ética para passar subsídio para quem quer que seja”, disse. “Não vamos financiar nada que não valha a pena.”