São Paulo, 07 – A próxima assembleia geral extraordinária (AGE) da JBS está marcada para o dia 1º de setembro e os prejuízos causados pelo administrador, o presidente Wesley Batista, serão examinados. “Os prejuízos vêm de uso não autorizado de recursos da companhia a pagamentos não corporativos”, ressaltou nesta segunda-feira, 7, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro.

O BNDESPar possui 21% de participação acionária na JBS e Rabello destacou que o banco, assim como outros acionistas, busca a profissionalização do negócio. “Não que seja contra famílias no controle”, destacou.

Sobre a permanência ou não de Welsey como presidente da JBS, Rabello comparou seu desempenho a um time de futebol. “Ao examinar a trajetória corporativa e não a lambança política, percebemos que foi um jogador que fez gols, mas não significa que o técnico vai reescalar. Um bom jogador às vezes precisa, no mínimo, mudar de posição.”

“Mas não podemos confundir o que a Justiça deixou de fazer, ao dar imunidade. Não serei eu que vou fazer a parte que não me cabe”, disse Rabello. A holding controladora da JBS, a J&F Investimentos, firmou acordo de leniência com o Ministério Público Federal, com multa de R$ 10,3 bilhões.

Ainda sobre a AGE, Rabello lembrou que um comitê executivo foi formado para examinar os danos e a permanência do executivo e que o BNDES possui dois membros no conselho de administração, além de mais dois independentes. Assim, segundo ele, já são quatro com o objetivo de profissionalizar a empresa. “O presidente do conselho dedica a próxima etapa para a virada e organização dessa corporação”, disse, após participar de painel no 16º Congresso Brasileiro do Agronegócio (Abag).