A eleição presidencial no Quirguistão, que enfrenta uma grave crise política, está marcada para 10 de janeiro, anunciou neste sábado (24) a Comissão Eleitoral Central, cujos escritórios foram alvo de abordagem policial.

O Parlamento suspendeu nesta quinta-feira a realização das novas eleições parlamentares previstas desde o cancelamento, no início de outubro, dos resultados das eleições anteriores neste país da Ásia Central, após protestos gigantescos.

As eleições de 4 de outubro, vencidas por partidos próximos ao presidente Sooronbai Jeenbekov, provocaram confrontos que deixaram um morto e 1.200 feridos.

Jeenbekov renunciou e foi substituído pelo populista Sadyr Japarov, libertado da prisão por seus apoiadores durante a crise. Ele aproveitou o caos para ser nomeado primeiro-ministro e ocupar a presidência interina.

Japarov prometeu realizar novas eleições presidenciais e legislativas, após uma modificação na Constituição. Também pediu a dissolução da Comissão Eleitoral Central.

De acordo com a lei, é preciso realizar uma nova eleição presidencial dentro dos três meses posteriores à saída do chefe de Estado.

Neste sábado pela manhã, a Polícia invadiu as instalações da Comissão Eleitoral Central, como parte de uma investigação iniciada pelo Ministério do Interior sobre violações que prejudicaram as eleições legislativas no início deste mês.

Mas os observadores disseram que era uma forma de pressão do presidente Japarov para evitar que a Comissão anunciasse novas eleições.