Os questionamentos do ex-governador de São Paulo e ex-presidente nacional do PSDB Alberto Goldman, que faleceu neste domingo, dia 1º, na capital paulista, sobre o que tem acontecido no ninho tucano, servirão de reflexão para o partido neste momento. A afirmação é do também ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), ao chegar, no início da tarde desta segunda-feira, 2, à Assembleia Legislativa do Estado, onde o corpo de Goldman está sendo velado.

“Goldman foi uma pessoa sempre coerente, numa linha só em defesa da democracia, do social, com um olhar para os mais humildes e para um Pais socialmente mais justo”, disse Alckmin, para quem “fica uma bela luz para orientar novos tempos”.

O ex-governador Goldman, de 81 anos, morreu por volta das 13h30 de domingo na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Sírio-Libanês, após passar mal e se submeter a uma cirurgia no cérebro. Goldman será enterrado por volta das 15 horas desta segunda-feira no Cemitério Israelita do Butantã.

Goldman foi um homem direito e nunca se aproveitou da vida política, disse o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, presidente de honra do PSDB, ao sair da Assembleia Legislativa. “O Goldman sempre foi um grande político, uma grande pessoa que nunca se aproveitou da vida política. Sempre foi um homem direito, correto. Tinha causas, sempre acreditou nas causas públicas”, disse FHC.

De acordo com o ex-presidente, o Brasil precisa de mais gente como Goldman, com coragem, decisão e, que sobretudo, entenda o País.

Conciliador

Mais cedo, o ex-prefeito da capital e ex-ministro Gilberto Kassab (PSD) disse que Alberto Goldman era uma pessoa de grande formação (engenheiro) e participou de importantes decisões para o País e para a cidade de São Paulo. Na política, segundo Kassab, Goldman tinha perfil conciliador, convivendo com muita respeitabilidade com segmentos de extrema esquerda à extrema direita. E frisou que sua marcar era a conciliação, com trânsito entre vários espectros políticos.

Em nota, o presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Fernando Lottenberg, destacou que o ex-governador de São Paulo pautou sua longa trajetória pública pela defesa de uma sociedade democrática e mais justa. “Sempre se identificou como judeu e tinha orgulho de sua história. Vai fazer falta”, frisou.

Também em nota, o presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp), Luiz Kignel e o presidente-executivo da entidade, Ricardo Berkiensztat, lamentaram a morte de Goldman e disseram esperar que “sua lição de amor à vida pública sirva de luz e inspiração para outras gerações, e que estes possam contribuir para a construção de uma sociedade mais justa”.