O Quênia expressou preocupação nesta quarta-feira (7) com os planos de uma organização de proteção animal para enviar uma manada de elefantes de um zoológico britânico ao país para “apresentá-los à natureza”.

A Fundação Aspinall afirmou que planeja levar os elefantes em um Boeing 747 do sul da Inglaterra para seu novo habitat, a 7.000 quilômetros de distância.

A organização disse que trabalhará com equipes anti-caça furtiva para ajudar a garantir a sobrevivência de todos os 13 animais, incluindo três recém-nascidos, quando chegarem a um dos dois locais visados no sul do Quênia.

Mas o Ministério do Turismo e Vida Selvagem do Quênia disse que “registra com preocupação” relatos da mídia britânica sobre esta organização, que é descrita como a primeira a ter projetos de reintrodução na natureza.

“O ministério indica que nem eles nem o Serviço de Vida Selvagem foram contatados ou consultados sobre esta questão”, afirmou. “A realocação e reabilitação de um animal de um zoológico não é fácil e é um assunto muito caro”, acrescentou.

Um funcionário do ministério disse à AFP que as autoridades quenianas serão guiadas por regulamentos específicos elaborados pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) para a transferênia dos animais.

A Fundação Aspinall indicou que a operação está planejada para o próximo ano e que será a primeira vez que uma manada de elefantes reprodutores será reintroduzida na natureza.

Carrie Johnson, chefe de comunicações da fundação e esposa do primeiro-ministro Boris Johnson, disse que o plano apoiará a economia queniana após o coronavírus.

“A vida em Kent é muito boa para esses elefantes, de todos os pontos de vista. Mas a África é onde eles pertencem”, disse em um artigo publicado na mídia britânica.