A queda de 0,3% nas vendas do comércio varejista brasileiro em junho em relação a junho de 2018 foi puxada pelo chamado “efeito calendário”, ou seja, pela ocorrência de dois dias úteis a mais em junho do ano passado do que no mesmo mês deste ano, afirmou Isabella Nunes, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Não teria sido negativo, teria sido de (avanço de) 1,0%, não perderia o patamar de maio. O resultado tem pressão negativa vinda do efeito calendário. Ele tem base de comparação de junho de 2018, com dois dias úteis a mais que junho de 2019. É preciso relativizar esse resultado”, recomendou Isabella Nunes.

Cinco das oito atividades que integram o comércio varejista registraram recuo nas vendas em junho de 2019 ante junho do ano anterior. As perdas ocorreram em Móveis e eletrodomésticos (-6,5%), Tecidos, vestuário e calçados (-1,1%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,8%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-8,8%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-26,2%).

Os avanços foram em Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (5,0%), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,7%) e Combustíveis e lubrificantes (0,5%). “O varejo vem crescendo impulsionado por necessidades básicas”, justificou Isabella Nunes.

No varejo ampliado, que inclui os segmentos de veículos e material de construção, as vendas cresceram 1,7% ante junho de 2018.

O volume vendido por veículos, motos, partes e peças aumentou 10,0%, mas material de construção encolheu 3,6%.

Segundo Isabella Nunes, é importante lembrar que as vendas de veículos incluem as aquisições feitas por empresas no atacado.